Nossa Senhora das Dores

15 setembro, 2021

Nossa Senhora das Dores é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história. Este título em particular refere-se às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo. 

A imagem de Nossa Senhora das Dores com espadas cravadas em seu peito, interpreta na imagem o que Maria experimenta na vida, porque expressa o que ela sentiu ao ver o seu filho crucificado e sofrendo cruelmente pela humanidade, foi como se uma espada atravessasse o seu peito. 

As sete dores de Nossa Senhora

  1.   A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)
  2.   A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);
  3.   O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51);
  4.   O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31);
  5.   O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João, 19, 25-27);
  6.   Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61);
  7.   O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).

Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo in dom. infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)

(Séc.XII)

Estava sua mãe junto à cruz

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35). Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal. E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos. Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.

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