Missão da Família Cristã

28 maio, 2021

Confira o artigo escrito pelo Padre José Paulino Francisco Neto, pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Conquista, em Vitória.  

Vivemos um momento histórico de inúmeras mudanças. Ao analisar esse capítulo da história, o documento de Aparecida falou de “mudança de época” (cf. DAp, n. 44) e o filosofo Zygmunt Baumam caracterizou-o de sociedade líquida. Essa sociedade líquida vive uma crise ética (relativismo moral) em virtude da perda das referências de valores, do sagrado, da transcendência e do pecado. Muitas famílias experimentam a dor e a discórdia por não mais se nortearem por esses valores.

Recordemos de maneira sintética a catequese de nossa Igreja sobre a família.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), na família se experimentam relações fermentadoras de uma afinidade de sentimentos, de afetos e interesses, emergidos do respeito mútuo. Ao se prepararem para o matrimônio, os cônjuges são instruídos a construírem a família numa concepção de íntima comunidade que possibilite o bem desses, a geração e educação da prole (cf. Can. 1055 § 1). A doutrina católica ensina que essa íntima comunidade conjugal, celebrada entre o homem e a mulher, é sagrada e estruturadas com leis próprias, estabelecidas pelo Criador. Portanto, não depende do arbítrio humano. Livremente, o homem e a mulher comprometem-se em estabelecerem um amor mútuo que sinaliza para o Amor absoluto do Criador. Movidos por esse amor, os dois cooperam na obra da criação por meio da geração dos filhos. Como Deus cuida da sua criatura, os pais também cuidam e educam responsavelmente da sua prole (cf. CIC, 1604).

A Igreja propaga que a família cristã é uma comunhão de pessoas que se torna vestígio e imagem da Comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ela é uma comunidade de fé, esperança e caridade (cf. CIC, 2204 – 2205).

No que se refere à sociedade, compreende-se a família como uma célula originaria da vida social. Isso implica afirmar que é na comunidade família que, desde a infância, se aprende os valores morais, a começar a honrar a Deus e a fazer bom uso da liberdade (cf. CIC, 2207).

Vale recordar o que ensinaram os Papas João Paulo II e Bento XVI de que, o futuro da humanidade passa pela família e que sua defesa não é uma questão de fé, mas de justiça. Nesse sentido, o catecismo da Igreja Católica defende que “a autoridade civil deve considerar com seu grave dever reconhecer e proteger a verdadeira natureza do matrimônio e da família, defender a moralidade pública e favorecer a prosperidade doméstica” (Cf. CIC, 2210).

O Concílio Vaticano II ensinou também que o lar é a primeira escola de vida cristã e uma escola de enriquecimento humano (GS, 52). É relevante a existência da família na construção de relações fraternas. É lá na família que se aprende a se ter resistência ao sofrimento, ter alegria pelo trabalho, cultivar o amor, o perdão, experiencia de oração e capacidade de doar-se (CIC, 1657).

É nítida a relevância da família na formação dos valores morais, sociais, religiosos e cívicos. Por isso, urge que nos esforcemos ainda mais na catequese sacramental com os vocacionados ao matrimônio. Cônjuges bem catequisados resultará no compromisso em edificar as Igrejas domésticas como espaços de abertura à Palavra de Deus e vivência do mandamento do Amor. Destarte, a família cumprira sua missão como espaço onde se cultive, com maior intensidade, o diálogo e o perdão, respeito e da sinceridade. Não há dúvidas de que a família é a escola desses valores. Sem famílias baseadas nesses valores, o nosso futuro social será um inferno terrestre.

 

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