Hoje, 2 de novembro, é o dia dedicado à oração pelos falecidos e, naturalmente, um dia de tristeza, saudade, lembranças e, também de arrependimento ou conforto dependendo de como cada um se comportou em vida com relação àqueles que partiram.
Nos últimos dois anos as mortes provocadas pela covid-19 fizeram aflorar outro sentimento, o da perda que talvez poderia ter sido evitada. Isso faz com que celebrar os mortos, neste ano, traga um sofrimento maior.
A Arquidiocese de Vitória sensível ao sofrimento e cheia de confiança de que a vida continua para além da morte, vem se preocupando com as famílias que passam por sofrimentos, doenças prolongadas e mortes prematuras ou por idade.
Nosso arcebispo, dom Dario Campos providenciou a produção de dois subsídios para ajudar as famílias seja no consolo espiritual em família ou comunidade, assim como a oração pessoal pelos mortos. Para ter acesso a esses subsídios basta clicar nos links a seguir.
As paróquias também estão organizando pastoral da esperança ou instituindo ministros da esperança. Segundo padre Rodrigues Chagas, coordenador da Comissão Litúrgica, no próximo ano será realizada uma formação arquidiocesana para os católicos que se sintam chamados a ser presença na vida das pessoas nos momentos de sofrimento e dor.
Mas, algumas iniciativas estão surgindo espontaneamente, por necessidade pastoral e uma delas acontece na área pastoral Serra/Fundão, que instituiu os primeiros ministros em dezembro de 2018.
Pe. Jones Santos, coordenador pastoral da área e responsável pelos ministros da esperança, foi o intermediário entre a necessidade que os padres sentiam de instituir pessoas que pudessem ampliar a presença da Igreja junto a famílias sofredoras e enlutadas e o Arcebispo para que esta ação pastoral fosse oficializada.
O passo seguinte foi preparar pessoas para esta missão. Com a ajuda de outros padres o processo formativo aconteceu durante 9 meses. Durante esse tempo de preparação foram explicados e estudados temas, como “Importância dos Ministérios na Igreja, noções em Escatologia aprofundando sobre os Novíssimos (morte, o juízo, inferno e paraíso), aprofundamento sobre a morte cristã, a Virtudes teologais fé, esperança e caridade, os ritos de exéquias cristãs e instruções pastorais”, disse pe. Jones, que para conseguir essa preparação contou com a participação dos padres Claudio Alves Moreira da área pastoral de Cariacica, Evandro Loureiro Sagrilo da área pastoral Serra/Fundão.
A formação terminou com um retiro espiritual.
Mas, o que faz um ministro da esperança? Para que se prepararam os ministros durante o tempo de formação? Explicou pe. Jones: “Eles têm a função de presidir e realizar as celebrações das exéquias, na ausência do seu pároco ou diácono, bem como, acompanhar por um período as famílias enlutadas, devem ainda atuar junto às equipes de liturgia de suas comunidades para sejam colocadas intenções nas missas pelos mortos, principalmente na missa de sétimo e trinta dias”.
Os ministros atuam, preferencialmente, em suas comunidades e paróquias, mas têm um compromisso mensal na área pastoral: a missa no primeiro sábado do mês no Cemitério Jr. da Paz em Laranjeiras e podem ser solicitadas pela coordenação pastoral para outras atividades.
Além do tempo de formação específica, o ministério da esperança, também obedece a um rito da Igreja. “Os Ministros da Esperança são leigos (as), que exercem um Ministério Instituído de caráter extraordinário, isto é, por um período. A instituição acontece dentro de uma celebração Eucarística, presidida pelo Bispo, que lhes confere exercer esse Ministério por um período determinado, assim como acontece com os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão”, disse pe. Jones.
No próximo ano a formação irá se expandir para as outras áreas pastorais, conforme anunciou pe. Rodrigo.