Para entender a organização estrutural da Arquidiocese de Vitória, é necessário compreender antes o que é uma Arquidiocese.
A Arquidiocese de Vitória é composta por 15 municípios. Esse território começa em Anchieta, passa por Alfredo Chaves, Guarapari, Brejetuba, Afonso Cláudio, Marechal Floriano, Domingos Martins, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Fundão, Serra, Vila Velha, Cariacica, Viana e Vitória.
Ela detém o maior contingente populacional, contando com 53% da população do estado do Espírito Santo. Enquanto o restante da população está dividida nas outras três dioceses (Colatina, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim).
A Arquidiocese de Vitória está localizada na porção central do Estado. A Diocese de Cachoeiro está mais na porção o sul, São Mateus na porção norte e Colatina na porção noroeste.
Segundo Sérgio Murilo, administrador da Arquidiocese de Vitória, “Arqui” vem do grego que significa primeiro, “Arci” ou “Arqui”, foi a primeira que foi constituída. Quando essa primeira Diocese que foi constituída numa determinada região geográfica, é desmembrada e criam-se novas circunscrições, as novas recebem o nome de Diocese, e aquela que que lhes deu origem recebe o nome de Arquidiocese. Por ser a primeira ela se torna uma espécie de referência, porque é a mãe, para as demais que foram criadas posteriormente”.
Diocese ou Arquidiocese é um limite territorial, é uma circunscrição eclesial que é dada a um bispo para ele pastorear a porção do Povo de Deus que vive naquele território, naqueles limites geográficos.A Diocese ou Arquidiocese cria, então, uma estrutura onde acontece toda a ação evangelizadora, administrativa, pastoral e judicial canônica.
Cúria
A estrutura de governo, que vai gerir todas as ações que serão desenvolvidas nessas circuncisão.
“Uma Cúria é para a Igreja assim como a prefeitura é para a cidade, estrutura de governo. Como numa prefeitura existem diversas secretarias, que vão atuar em atividades específicas, próprias, afins daquela administração, assim também a estrutura de governo, da Diocese ou Arquidiocese, possui diversas áreas de ações” , relata Sérgio Murilo.
O Código de Direito Canônico – Cân. 469, trás a definição de Cúria: A cúria diocesana compõe-se das instituições e pessoas que prestam serviço ao Bispo diocesano no governo de toda a diocese, principalmente na direção da ação pastoral, na administração da diocese e no exercício do poder judicial.
“O bispo detém nele o poder executivo, o poder legislativo e o poder judiciário. Dizemos que o bispo é para a Igreja pastor, juiz e administrador. Ele exerce esses três múnus no governo de uma Diocese ou Arquidiocese”, comenta Sérgio.
Toda Cúria, seja ela metropolitana ou diocesana, vai estar sempre organizada nesses três setores: setor pastoral, setor jurídico e setor administrativo.
Como identificar essas três áreas dentro de uma Cúria?
O Departamento Pastoral, representa esse segmento, essa direção da ação pastoral e representa o bispo pastor. O departamento pastoral, vai ter as comissões pastorais. O bispo nomeia um padre que vai com ele organizar, dinamizar, animar, toda essa ação pastoral. E esse padre por sua vez, através dessas comissões pastorais vai especificar as ações. A Arquidiocese de Vitória possui 9 comissões pastorais. Dentro de cada comissão, tem um padre, um diácono ou um leigo responsável. Que depois se concretizam nas áreas pastorais e nas paróquias.
O Tribunal Eclesiástico, representa o bispo juiz. Tribunal eclesiástico, tem toda uma organização. O bispo constitui na sua Arquidiocese um Vigário judicial, e esse tribunal cuida das questões canônicas da Igreja. Não é um tribunal voltado para questões cíveis, trabalhistas, patrimoniais… O tribunal é composto por um vigário judicial, os juízes, os defensores do vínculo, os advogados, e os promotores.
A Mitra Arquidiocesana, é o setor administrativo, representa o bispo administrador. A mitra arquidiocesana, se desdobra em departamentos, que vão cuidar da administração da Igreja. É composto pelo departamento pessoal, financeiro, contábil, patrimonial, marketing e comunicação, o departamento jurídico (cível) e o centro de documentação e informação. Tudo isso voltado não para a própria Cúria, mas para as ações pastorais, jurídicas e administrativas que vão acontecer nas nossas comunidades e paróquias.
São três setores bem definidos e cada um com uma missão específica.
“A Cúria não é simplesmente uma estrutura burocrática voltada para ela mesma, ela se insere na ação evangelizadora da diocese e da arquidiocese. Ela está a serviço. Todos que trabalham nesse local, trabalham em prol das paróquias, para as comunidades, para aquilo que acontece no dia a dia da vida da Igreja”, relata Sérgio Murilo.
Assim, Arquidiocese é o conjunto, é tudo o que acontece nesse território delimitado pela Igreja e entregue à ação do bispo. A Cúria é a estrutura de governo, que, com seus setores organiza essa ação. As ações vão acontecer, nas comunidades, nas paróquias, mas a Cúria é quem organiza.