Jacob Mariano | “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1).
Tendo em vista o fim do tempo quaresmal, a Liturgia da Quinta-feira Santa nos introduz no mistério pascal de Cristo. Antes, porém de contemplarmos os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, somos conduzidos pela Santa Mãe Igreja aos ritos que compõem a Liturgia deste dia. Hoje, além de darmos início ao Tríduo Pascal, celebramos a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial.
A respeito da Eucaristia nos diz São Pedro Julião Eymard (2007, p. 37): “É o mistério do Amor que se consuma. É Jesus que cumpre com sua palavra. E nada mais lhe restando a dar que sua Vida mortal na Cruz, Ele a dará, para depois ressuscitar e tornar-se nossa Hóstia perpétua de propiciação, Hóstia de Comunhão, Hóstia de adoração”.
Na ceia derradeira, antes de sua Paixão, Jesus junto dos seus, institui o sacramento de amor. Este sacramento é a garantia perfeitíssima do amor de Deus que une os seus ao mistério Pascal de Cristo pelo memorial de sua Morte e Ressurreição (MISSAL, 2014).
É, pois deste memorial que nasce o sacerdócio ministerial, fruto da missão que os apóstolos receberam de Cristo pelas palavras: “Fazei isto em minha memória” (1 Cor 11, 24); E, “Todas às vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Cor 11, 26). Desta forma, os bispos e os presbíteros, unidos ao Cristo-Cabeça, mantêm a tradição apostólica que perpetua os ensinamentos de Cristo até que Ele venha.
Neste contexto, num ato livre de amor, caridade e acima de tudo misericórdia, o Senhor Jesus desce aos pés da humanidade representada pelos apóstolos e os lava (RATZINGER, 2011). O mestre, o divino, o amor encarnado se faz servo e lava os pés para dignificar o homem redimindo-o dos seus pecados para torná-lo participante de seu banquete pascal, como nos diz a palavra: “Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mt 20, 28).
Ao darmos início ao Tríduo Pascal, ápice da vida cristã, preparemos o nosso coração para nos configurarmos a Cristo, para que unidos a Ele possamos passar pelas aflições das horas que seguem, pelas dores dos flagelos e pela morte de cruz. Para que unidos a Ele nos sofrimentos, possamos também ressuscitar com Ele.
A Divina Eucaristia: Extratos dos Escritos e Sermões de São Pedro Julião Eymard. Tradução do francês de Mariana nabuco. Volume 1 (A Presença Real). São Paulo: Servas do Santíssimo Sacramento da Adoração Perpétua: Distr. Loyola de livros: Palavra e prece Ed. Ltda., 2007. p. 37.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Missal romano. 12 ed. São Paulo: Paulus, 2014. p. 286.
RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.
Jacob Mariano Pimentel Firme
Seminarista do 1º ano de Teologia;
Paróquia de origem: Nossa Senhora da Conceição, Viana – ES;
Paróquia de pastoral: Nossa Senhora das Graças, Coqueiral de Itaparica, Vila Velha – ES.