SUICÍDIO NÃO É FALTA DE DEUS

13 setembro, 2022

“Não é nada cristão dizer que suicídio é falta de Deus”

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organiza em território nacional o Setembro Amarelo e o lema deste ano para o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é “A vida é a melhor escolha!”. Na busca de se obter uma visão sobre o tema, tanto física e psíquica, quanto espiritual, a Rádio América 91,1 FM conversou com especialistas no assunto.

Para Pe. Jorge Campos Ramos que além de Vigário Geral da Arquidiocese de Vitória e Reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha, se formou em Psicologia pela FAESA e obteve o título de Pós-Graduação em Psiquiatria e Dependência Química, na UNI SÃO PAULO, pessoas com tendências suicida geralmente podem apresentar sinais. Por outro lado, algumas ações podem passar despercebidas se a gente não prestar atenção:

“Infelizmente a gente vive hoje numa sociedade, onde está todo mundo nessa correria com mil e uma coisas para fazer e acaba não prestando atenção nas pessoas, não dando atenção as pessoas e até mesmo, quem sabe, nem conhecendo bem quem mora com a gente na mesma casa”, alerta Pe. Jorge que ainda faz questão de frisar que não é nada cristão dizer que suicídio é falta de Deus:

“Isso aí é uma tremenda falta de humanidade e de amor para com a família de alguém que cometeu suicídio. Jamais podemos dizer isso, jamais! Em hipótese alguma. A família já está sofrendo devido a morte desse ente querido e ainda a gente coloca mais este peso”, explica Pe. Jorge que reforça a importância da nossa ação no sentido de ajudar essas pessoas que por algum motivo estão sem esperança em alguma situação.

Já de acordo com Doutor Valber Dias Pinto que é médico graduado em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo-UFES e especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria-ABP, o uso e abuso das redes sociais podem influenciar para o bem ou para o mal a vida de uma pessoa. Ele destaca que trata-se de uma ferramenta que se for utilizada inadequadamente pode ser muito prejudicial ao usuário.

“A gente precisa saber utilizar (redes sociais), não se deixar ser usado pela ferramenta, saber usar o lado bom, as coisas boas, os sites bons, as orientações adequadas e não se tornar escravo das redes, internet, celular, pois está tudo muito misturado hoje em dia”, ressalta Dr. Valber ao dizer que tudo em excesso e sem moderação pode fazer muito mal. Ele ainda comentou se é verdade que algumas pessoas quando falam sempre em suicídio só o fazem para chamar a atenção e não pretendem, de fato, terminar com suas vidas:

“Isso é mais um dos mitos sobre suicídio. Na verdade, a pessoa que fala que pensa em se matar ou que não tem mais vontade de viver, ela sim tem mais chances estatisticamente de cometer este ato”, afirma Dr. Valber. Para ele, mesmo que uma parte não cometa, há uma outra parte importante que depois de falar (sobre suicídio) pode acabar cometendo o ato. Ou seja, “nunca se deve desprezar falas sobre suicídio, ainda que ele não se concretize e sim agradecer a Deus por isso não ter ocorrido”, finaliza o especialista.

Ao clicar nos áudios abaixo, acompanhe a entrevista completa sobre “Setembro Amarelo e a prevenção ao suicídio” no quadro Papo Cabeça que vai ao ar, todas as quartas-feiras, às 16 horas, durante o programa Entre Amigos da 91,1 FM apresentado por Rodrigo Moutinho.

Imagem: br.freepik.com

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