Vigorexia: que doença é essa?

22 dezembro, 2020

Roger Bongestab

Médico Cirurgião Geral e Nutrólogo

(CRM-ES:9827, RQE:7324 / 7889)

 

Você já ouviu falar em vigorexia? Pois então, ela é uma doença e se exacerba mais nas datas próximas ao verão. O motivo, entenderão já: nosso país tão tropical e cheio de praias paradisíacas e favorece o “culto” à beleza corporal. Mas, afinal, o que é vigorexia?

 

Vigorexia caracteriza-se por ser uma doença que envolve a Psiquiatria e a Nutrologia. Ela nada mais é do que a busca incessante pelo corpo perfeito, às custas de medidas que colocam em risco a saúde. Atinge tanto homens como mulheres, mais comumente na fase da adolescência e adulta jovem.

 

Os portadores desta doença possuem uma enorme insatisfação com a morfologia de seu corpo. Entretanto, cabe ressaltar que esta é resultante não apenas dos hábitos de vida, mas também da genética. Insatisfeitos, portanto, os vigoréxicos (como são chamados) arriscam-se em treinos muito intensos de musculação e aeróbicos, passando horas em academias esportivas (alguns chegam a fazer 6 horas ou mais de exercícios aos dia).

 

Muitos passam a usar diversos produtos suplementares à alimentação, como proteínas, termogênicos, pré e pós-treinos, megadoses de vitaminas e minerais, dentre tantos. Não raro, há também o uso de suplementos que são nacionalmente proibidos, com elevadas doses de substâncias como a cafeína, taurina, efedrina, que podem desencadear arritmias cardíacas graves e fatais.

 

Pior do que tudo isso, é o uso ilícito e excessivo de substâncias hormonais, conhecidas como anabólicos, tais como os hormônios testosterona e seus derivados sintéticos. Estas substâncias levam a alterações na composição corporal de forma a aumentar massa magra e diminuir massa de gordura, mas, juntamente, carregam efeitos colaterais e adversos muito sérios. Por serem hormônios, agem alterando o funcionamento do DNA de nossas células. Crescem os músculos dos membros, mas cresce também o coração, o que pode causar hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e até infarto. Já no sistema nervoso, afeta comportamento, deixando o usuário com maior irritabilidade, tendência à mania e depressão, agressividade. Infertilidade e impotência sexual também são complicações comuns observadas nestes casos.

 

O tratamento se baseia em psicoterapia e, muitas vezes, medicações que possam controlar essa deturpação da interpretação da morfologia corporal. Entretanto, não é fácil e cada vez mais os jovens e adolescentes estão adquirindo este tipo de comportamento patológico. Cabe, assim, atenção redobrada dos pais e responsáveis perante àqueles que são fissurados no culto da estética corporal. As redes sociais contribuem muito para alimentar essa patologia quando pessoas se comparam e desejam ter o corpo do/da modelo.

 

Não existe beleza maior do que o cuidado integrado da saúde física, mental e espiritual! 

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