Sendo a maioria deles crianças ou adolescentes, tornam-se verdadeiros missionários. Muitas das vezes, são eles que levam toda a família a rezar. É preciso notar, que esses pequenos servidores do Senhor favorecem, com seus piedosos gestos, uma sincera vivência eucarística nas comunidades.
Desde tempos longínquos, os coroinhas desenvolvem importante papel na Igreja; sobretudo no que diz respeito ao auxílio nas celebrações litúrgicas. O serviço por eles prestado contribui para uma melhor dignidade do mistério celebrado e no incentivo às vocações nas suas mais variadas formas.
O cerimoniário, Vinícius Rodrigues, da Paróquia Nossa Senhora da Glória em Vila Velha, destaca que o seu chamado em servir ao altar começou desde cedo. Ele destaca que ser cerimoniário não é somente colocar um paramento litúrgico, mas se doar ao chamado que sentiu. “Eu que comecei a servir ao altar a 18 anos atrás com 7 anos de idade, e com toda certeza ainda posso dizer que sirvo com amor ao altar, com carinho e o zelo que sempre tive com tudo. ”, afirma Vinicius.
Ele afirma que o serviço ao altar não deve ser uma obrigação, mas é uma resposta ao chamado de Deus. “Servir ao altar não é uma obrigação, e não deve ser ninguém te obrigando, e sim um chamado de Deus, um servir com dedicação, com sentimento de sempre querer mais. Em 18 anos de presbitério, eu tenho todo esse sentimento comigo e tento passar para os demais, e que jamais se apague essa chama que Deus acendeu em nossos corações para o serviço ao altar do Senhor. ”, conclui Vinícius.
A palavra coroinha, com a qual costumamos designar as crianças e adolescentes que auxiliam os padres nas missas, tem origem incerta. Segundo uma versão muito divulgada, o termo vem da expressão latina “puerichori” que quer dizer “meninos do coro”. Eram as crianças que cantavam no coral da Igreja e que, algumas vezes, eram selecionadas para servir ao Altar.
Devido às necessidades pastorais, o Papa João Paulo II autorizou, por meio da Instrução Redemptionis Sacramentum, acerca da Santíssima Eucaristia, “as crianças e os adolescentes do sexo feminino para servirem com a mesma dignidade os sacerdotes conforme as circunstâncias pastorais”. Assim, a terminologia “coroinha” expressa a mesma dignidade “litúrgica funcional”, quer se trate de menino, quer se trate de menina.
Ser coroinha, portanto, é tornar-se participante de uma grande história, ainda inacabada, que continuará a ser escrita por várias mãos até o fim dos tempos.
São Tarcísio, padroeiro dos Coroinhas e Cerimoniários
Um dia, o jovem Tarcísio se ofereceu para este serviço. O padre permitiu, mas não sem antes adverti-lo contra os perigos do caminho e perguntar: “Conservarás com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios”? Ele respondeu: “Sim, nem que eu tenha que morrer para protegê-Los”. Então, o jovem coroinha partiu carregando consigo a Eucaristia junto ao peito, enrolada numa alfaia.
No trajeto surgiram alguns jovens pagãos desconfiados de que Tarcísio era cristão. Tentaram forçá-lo a entregar o que trazia junto ao peito, mas ele defendia as Hóstias com vigor e valentia, conforme prometera ao padre. Diante dessa resistência, os outros rapazes começaram a atacar Tarcísio com pedradas e pontapés. De tanto apanhar, sem nunca ceder, ele ficou à beira da morte.
Foi, então, levado ao padre por um soldado que, comovido com a situação, converteu-se à fé católica. Dizem, tão grande foi o amor com que o Santo coroinha defendeu a Eucaristia, que o Santíssimo Sacramento desapareceu e tornou-se uma só coisa com sua carne. Esse jovem mártir, que deu tão nobre exemplo de fé e fidelidade, tornou-se, mais tarde, o padroeiro de todos os coroinhas.
Acerca do serviço do coroinha o Papa João Paulo II exortou que: “procurem ajudar com maior zelo, os presbíteros e as comunidades paroquiais a viver este grandioso mistério que se realiza durante cada Missa. O serviço dos grupos de coroinhas e cerimoniários é importante para a vocação da Igreja, isto é, propício para o incentivo às vocações sacerdotais, religiosas e consagradas.
Oração de São Tarcísio
São Tarcísio, nosso padroeiro! Ajudai-nos a consagrar nossa vida a Deus. Ensinai-nos a servir Cristo e ao próximo, com firmeza, alegria, fé e dedicação. Pede por nós, ó São Tarcísio! Concede-nos saúde, vontade de viver e coragem para perseverar. Dá-nos disposição de viver como amigos e irmãos. São Tarcísio, coroinha-mártir, desperta em nós um grande amor a Cristo na Eucaristia. Fortalece nossa união e inspira nossos serviços à comunidade. Amém.
Curiosidades:
– Coroinhas: túnica vermelha, com sobrepeliz branca e lisa;
– Cerimoniários: túnica preta, com sobrepeliz branca e lisa;
– Organizar junto à Pastoral Litúrgica o que cabe ao momento celebrativo;
– Estar em sintonia com os cantores, leitores, salmistas e comentaristas; suas ações precisam ser regidas pelo modo justo e sem distrações, de tal modo que transmitam toda ação celebrativa.
Presença dos Coroinhas e Cerimoniários na Arquidiocese de Vitória
Área Pastoral de Vitória – 331 Coroinhas e 86 Cerimoniários
Área Pastoral de Vila Velha – 560 Coroinhas e 130 Cerimoniários
Área Pastoral de Cariacica/Viana – 958 Coroinhas e 152 Cerimoniários
Área Pastoral de Serra/Fundão – 596 Coroinhas e 114 Cerimoniários
Área Pastoral Serrana – 409 Coroinhas e 34 Cerimoniários
Área Pastoral Benevente – 428 Coroinhas e 94 Cerimoniários
Total na Arquidiocese de Vitória: 3.282 Coroinhas e 610 Cerimoniários