João Luís| ” E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos” (Lc 18, 7)
O Evangelho apresenta-nos mais uma etapa do caminho de Jerusalém. O texto que hoje nos é proposto vem na sequência do discurso escatológico sobre a vinda gloriosa do Filho do Homem.
Os personagens centrais da parábola são uma viúva e um juiz. A viúva, pobre e injustiçada, passava a vida a queixar-se do seu adversário e a exigir justiça, mas o juiz, que não temia Deus nem os homens, não lhe prestava qualquer atenção. No entanto, o juiz – apesar da sua dureza e insensibilidade – acabou por fazer justiça à viúva, a fim de se livrar definitivamente da sua insistente importunação.
Se um juiz prepotente e insensível é capaz de resolver o problema da viúva por causa da sua insistência, Deus que não é, nem de perto nem de longe, um juiz prepotente e sem coração, não iria escutar os “seus eleitos que por Ele clamam dia e noite e iria fazê-los esperar muito tempo?”
Deus não abandonou o seu Povo, nem é insensível aos seus apelos; Ele tem o seu projeto, o seu plano e o seu tempo próprio para intervir. É através do diálogo que entendemos os projetos de Deus; é nesse diálogo que Deus transforma os nossos corações; é nesse diálogo que aprendemos a entregar-nos nas mãos de Deus e a confiar n’Ele.
João Luís Caçandre
Seminarista do 2º ano de teologia
Paróquia de origem: Sant’Ana, Marechal Floriano – ES;
Paróquia de pastoral: Nossa Senhora da Glória, Glória, Vila Velha – ES.