31º Domingo do Tempo Comum

30 outubro, 2022

Gabriel Torres| “Senhor, o mundo inteiro, diante de ti, é como um grão de areia na balança”. (Sb 11,22)

Ironicamente, no domingo em que o Evangelho trata da figura de Zaqueu, conhecido por sua baixa estatura, a primeira leitura fala de nossa pequenez diante da infinitude de nosso Deus. Zaqueu, naquela sociedade, apesar de sua pequenez, era um homem notável e grande no meio dos homens devido a sua profissão e a sua riqueza. No entanto, essa imagem muda ao perceber que Cristo, logo mais, haveria de passar por ele. O chefe dos cobradores de impostos, diante dos homens era grande, mas diante de Cristo que passa, percebe sua pequenez, assim como um grão de areia na balança.

Da mesma forma, somos todos nós; podemos nos considerar os melhores e mais dignos da graça de Deus entre os homens, nos inflando de orgulho e vaidades, mas diante de Deus, vemos aquilo que realmente somos: criaturas frágeis e pequenas, limitadas em nosso agir e pensar, propensas ao pecado e a soberba, sendo dessa forma, “apressadamente” necessitadas da ajuda sobrenatural da Graça e dos sacramentos.

Digo apressadamente, pois assim nos é relatado no evangelho de hoje. “Então ele correu à frente” ; “Zaqueu, desce depressa!”; “Ele desceu depressa”. O Reino de Cristo exige pressa. Não a pressa que conduz ao desespero e a ansiedade, nem mesmo a que nos leva a fazer as atividades com pouco cuidado e imperfeição, mas a pressa que não nos deixa adiar a nossa conversão de cada dia, e sim fazer tal como fez um dia a Virgem de Nazaré: “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia” (Lc 1,39).

A conversão do coração se dá hoje, pois o ontem já se foi e o amanhã ainda não temos a certeza se o teremos. Se quisermos mudar de vida, fazer verdadeiramente com que a salvação entre e nossas casas, assim como na de Zaqueu, devemos começar com uma vontade firme e resoluta no instante presente, ou como diz Santa Teresa de Ávila, “uma determinada determinação”. É necessário reconhecer os nossos próprios pecados e imperfeições, crescer a cada dia mais no amor a Deus, por meio de uma vida constante de oração e devoção, sem medo das nossas possíveis quedas e falhas futuras, pois como menciona o último versículo da primeira leitura: “É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor.”

 

 

Gabriel da Silva Torres 

Seminarista do 1º ano de filosofia

Paróquia de origem: Nossa Senhora da Conceição, Centro, Guarapari – ES;

Paróquia de pastoral: Nossa Senhora da Conceição, Viana Sede – ES.

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