5º Domingo da Quaresma

3 abril, 2022

Jacob Firme| “Vai e não peques mais” (Jo 8,11)

A quaresma é tempo favorável de penitência e oração, que impulsiona os fiéis a intensificarem seus esforços em busca de uma vivência espiritual mais próxima do modelo dado por Cristo Jesus, por meio das práticas de misericórdia: jejum, caridade e oração, propostas no início deste tempo. Assim alerta o conhecido canto quaresmal: “ao Pai voltemos, juntos andemos. Eis o tempo de conversão”, desta forma, toda a Igreja se insere neste tempo da graça em que Deus volta com maior ternura a sua face misericordiosa para a humanidade.

Tendo consciência das propostas quaresmais outrora apresentadas, a Igreja segue este itinerário junto a Cristo, para com Ele participar dos mistérios de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Sendo assim, ao celebrar este quinto domingo, o povo de Deus começa a avistar os mistérios pascais, sem, no entanto, perder de vista as propostas próprias deste tempo, bem como seus compromissos firmados com Deus na quarta-feira de cinzas.

Na liturgia deste domingo, a Santa Mãe Igreja apresenta a seus filhos uma situação que já não soa tão estranho, mais uma vez os escribas e os fariseus tentam por Jesus a prova. De certo, isto não é novidade, contudo, agora diante do divino Mestre, no templo, apresentam-Lhe uma mulher surpreendida em adultério e usam a lei mosaica para justificar a condenação que esta “pecadora” deveria sofrer.

Os fariseus o fizeram, pois sabiam que “a lei não podia mandar o que não era justo e, por isso, invocaram a lei dizendo: Moisés na lei nos mandou apedrejar tais mulheres” (Santo Agostinho). Estes pobres homens acreditavam que Jesus, o divino amor que se encarnou por amor de nós, diria para que aquela mulher partisse e não sofresse pena alguma, mas Jesus voltando-se para eles, os faz reconhecer sua própria miséria.

O Senhor Jesus não foi contra, nem a favor do apedrejamento, se fosse favorável não resgataria a pecadora de seu pecado, mas a perderia e se os repreendesse por sua ação e condenasse o apedrejamento, estaria contra a lei mosaica. Diz-nos o evangelho de São Lucas: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores” (5,32), portanto, quem de vós não tiver pecados que atire a primeira pedra.

Por estas palavras proferidas por Jesus, vê-se revelada a justiça divina pela qual é condenado o pecado e manifesto o desejo de ser resgatado o pecador, como dito pelo profeta: “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 33,11). Uma vez tocados pela justiça divina humilharam-se em seus pecados e retiraram-se.

Contudo, a mulher que fora apresentada como pecadora vê-se sozinha com o mestre que dela espera uma mudança radical “vai e não peques mais” (Jo 8,11). Cristo lhe concede uma nova chance, é preciso reconhecer na atitude de Jesus para com a mulher, não conivência com o pecado cometido, mas misericórdia que lhe garante uma vida nova.

Que a palavra de Deus proposta por este domingo e o auxílio da Santíssima Virgem, afaste do coração dos filhos de Deus a língua maldita que tenta ferir o próximo, julgando-o como pecador publico e faça, a estes e a todos, se reconhecerem também miseráveis pecadores, necessitados da misericórdia divina.

 

 

Jacob Mariano Pimentel Firme

Seminarista do 2º ano de Teologia.

Paróquia de origem: Nossa Senhora da Conceição, Viana – ES.

Paróquia de pastoral: Nossa Senhora das Graças, Coqueiral de Itaparica, Vila Velha – ES.

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