A FRUSTRAÇÃO NOSSA DO DIA A DIA

26 agosto, 2022

Não há como passar um dia sequer sem viver uma frustração. Criamos expectativas sobre a realidade e muitas vezes há diferenças grandes entre o que imaginamos e a realidade que nos apresenta. Essa diferença entre o idealizado e o real nos leva a um estado emocional que chamamos frustração. Somos delimitados pelas frustrações que vivemos e, mais ainda pela forma com que lidamos com elas. Muitas pessoas hoje têm dificuldade de lidar com limites. Pais e filhos inclusive. Vamos entender um pouco mais sobre as frustrações.

Quando enfrentamos um obstáculo que frustra nossos desejos, objetivos ou necessidades, ou seja, quando nos frustramos, nosso corpo libera a energia de ação que nos dá forças para enfrentar o desafio e superar o obstáculo. Essa energia de ação, na sua expressão mais básica, é a raiva. Expressar nossas emoções, inclusive a raiva é saudável, e não nos trará outras frustrações se aprendemos desde cedo a canalizar nossas energias para a solução dos problemas e não para ferir outros. Canalizar bem essa energia é fazer isso com inteligência emocional, ou seja, como Aristóteles ensina: na hora certa, com a pessoa certa, de maneira certa e pelo motivo certo! assim como entender que na vida também nos é exigido aceitar ou simplesmente conviver com muitas frustrações sentidas. O tema é amplo e vamos nos ater às muitas formas de reagir frente às frustrações.

Os que conseguem superar os obstáculos deixam de estar frustrados e (usualmente) ficam satisfeitos. Persistiram em suas necessidades e conseguiram enfrentar assertivamente os problemas, superando os obstáculos. Essa energia de ação, liberada pela frustração, perde a sua função quando a frustração deixa de existir e, assim, é liberada. Não sinto mais raiva.

Os que não conseguem superar os obstáculos podem reagir de formas variadas.

Na maior parte das situações frustrantes que vivemos minimizamos o que sentimos e nos acomodamos com as diferenças entre a realidade ideal e a apresentada pelo mundo. Os que assim agem minimizam suas emoções, suas necessidades ou o desejo sentido e “estancam” a energia com um pensamento do tipo “eu nem queria mesmo”. Reprimimos o que sentimos e renunciamos ao desejado e isso é natural, pois quem não os faz, quem não aceita ser limitado em seus desejos, acaba sendo pessoa desadaptada, criadora de casos ou que tenha obsessão por realização não aceitando perder. Estas acabam sendo pessoas sós e muitas vezes sua satisfação pela realização não compensa o que perdem no caminho da integração aos grupos ou nas relações interpessoais saudáveis.

Há os que projetam no outro a sua frustração e “soltam os cachorros” expressando a sua energia agressiva (energia de ação gerada pela frustração), responsabilizando os outros pelos problemas. Estes podem até conseguir superar o problema, mas podem também apenas criar muitas desavenças. Quando conseguem o que querem e criam atritos com o outro, estes últimos passam a ser os frustrados e assim se retoma o mesmo ciclo: reprimir ou minimizar ou expressar sua energia agressiva gerada pela frustração assim como buscar superar total ou parcialmente o obstáculo, nem sempre alcançando. Mantendo então a frustração e voltando ao ciclo inicial.

Se não conseguimos achar um meio legítimo de enfrentar a frustração, aquela energia fica “aprisionada” e se isso se repete constantemente passando a ser nossa reação mais provável, “engoliremos” a frustração sentida. O que muitos desconhecem é que não saber lidar com a frustração pode nos adoecer.

A repressão sistemática da frustração (e da energia agressiva) por não conseguir nenhuma forma de canalizar essa energia de maneira assertiva que leve à superação do obstáculo, leva o nosso organismo a mandar para o corpo a mensagem que ele não está bem. E que precisa de nossa atenção. Para isso nosso cérebro se utiliza do imaginário do povo como linguagem, para sua mensagem ser entendida. Assim se no vocabulário do povo estou “engolindo sapo” meu sintoma diante da constante frustração de não conseguir fala o que penso quando frustrado (como na relação com o chefe, por exemplo) vai ser gastrite. Se meu problema está em botar para fora o que está ruim de digerir, por exemplo posso vir a expressar a minha continuada frustração posso, tendo o sintoma de colite. Essas, como a asma e faringite são sintomas típicos dos que tem dificuldade em expressar sua raiva de forma assertiva (superando o problema). Dor e problemas de coluna são comuns aos que estão frustrados com sua sobrecarrega de responsabilidade na família e não conseguem dar limites a eles, pois na linguagem do povo, “tudo está nas minhas costas”. Pressão alta é outra maneira de expressar pelo corpo a mesma condição: a pessoa não está dando conta da “pressão em cima dela”.

Qual o melhor caminho:

Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa, e sabedoria para distinguir uma da outra

Vania Reis

[email protected]

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