Na tarde do dia seis de abril o Governador Casagrande anunciou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras tanto em locais abertos quanto fechados em todo Espírito Santo. Que notícia boa!
Graças a Deus nos libertamos das máscaras! Um alívio imenso invade a alma! Enfim podemos nos reconhecer nos outros novamente! Posso me sentir mais eu, porque sou visto pelo outro, como sou! Metade de mim não se esconde mais do outro, nem o outro de mim.
O rosto é parte fundamental da nossa identidade e há mais de dois anos a máscara restringia nossa interação. Uma interação mais superficial era daí resultante e a noção de “quem sou eu” em última instância se atrofiava. Exagero? Não! A máscara nos dá uma identidade de rebanho. De um não eu! Nos inibe e leva a uma interação superficial, quando não cautelosa. O medo era escondido, o desejo de proximidade negado. Nossas emoções precisavam de olhos atentos para serem decodificados. No cotidiano, fora de casa, as conversas de máscara, em sua maior parte ficavam atreladas ao minimalismo, ao impessoal e no final das contas muito esvaziadas de significados.
Essa dinâmica mesmo com seu cunho “higienista” foi indiscutivelmente necessária, mas trouxe junto com o isolamento social, inúmeros problemas e sequelas que já discutimos aqui. Mas, dia 06/04/2022 foi o dia da alforria para nós capixabas!
A sensação é de voltar para casa! Voltar à vida novamente!!
Bem-vindos aos afetos do cotidiano de nossa natureza brasileira, aos nossos abraços e amizades formadas tantas vezes descuidada e despretensiosamente nos encontros aleatórios! Precisamos nos encontrar novamente, em todos os sentidos!
Estávamos precisando desta leveza, dessa interação sem máscaras. Precisando da libertação das máscaras. De todas as máscaras!
Vania Reis