Pe. Renato CristeCovre
Mestre em Teologia do Matrimônio e Família,
pelo Instituto João Paulo II – Roma
A experiência do amor nos revela uma VOCAÇÃO, um destino.
Podemos exprimir esta tarefa com a metáfora da linguagem. Amor se torna agora semelhante a falar. A linguagem é o canal para comunicar com as outras pessoas. A linguagem implica palavras, verbos, significados, intenções, diálogos; necessita saber o que quer dizer e como dizer, do contrário poderia cometer alguns equívocos. Neste sentido para amar se faz necessário saber o que é o amor e como amar.
Amar é o que mais necessita o homem de aprender. A família é o berço onde a pessoa aprende a amar. Por isso, se pode dizer, com S. João Paulo II que “o caminho da Igreja é o homem” e com Bento XVI que “o caminho do homem é o amor” e que para todo o homem o caminho do Amor é o caminho da Família.
A experiência amorosa nos promete uma plenitude de comunhão, é possível viver esta comunhão, torna-la real, atualizá-la somente nas ações do amor. A comunhão se constrói com atos de amor, são estes atos que a torna presente, atual.
Entre a experiência amorosa, na qual se descobre uma promessa de comunhão, e a realização desta comunhão no dom de si se abre normalmente uma distância temporal que tem uma importância decisiva na vida das pessoas. É o tempo em que os seus protagonistas poderão verificar a promessa intuída e poderão fazer as passagens necessárias para viver a promessa. Se abre assim o período do noivado.
Entre as diversas dimensões humanas que a experiência do amor comporta, uma destas é também a dimensão da temporalidade. É difícil conceber um tempo sem a possibilidade de viver com esta pessoa. O tempo presente se concentra em um futuro, na possibilidade de alcançar aquilo que no amor vem prometido (a ausência do amado no amante).
A experiência do amor gera a esperança. O desejo humano, animado pela plenitude da promessa, aspira a alcança-la, move a pessoa em direção o futuro. Agora, este desejo de permanência com o amado (a) não é então propriamente vivido como um factum, algo que um encontra em si, mas como um practicum, isto é, como algo para ser construído.
Por motivo desta distância que introduz o presente e o futuro, o amor move a pessoa a dois atos, ambos intrinsicamente conexos: em primeiro lugar a crer na promessa, crer na revelação suposta em tal promessa. Eis o primeiro ato do amor: crer no amor (início do caminho do amor).
E esta fé move agora a um segundo ato: prometer. Com isto se dá a direção à vida e se assume o impulso do amor em um dinamismo pessoal. Amar é prometer. Começa com pequenas promessas que o homem vai pouco a pouco realizando (p. Ex. Convidar a pessoa amada ao cinema, interessar-se por ela. … Até o momento no qual se promete de empreender um mútuo caminho de noivado.