A vida comunitária na formação presbiteral

24 setembro, 2021

Dando continuidade às nossas reflexões acerca das dimensões da formação do Seminário, trataremos em seguida da dimensão comunitária. Tal dimensão possui uma influência substancial em todas as demais, bem como em toda a vida cristã. Afinal, não é possível ser um cristão isolado, de maneira que a vivência da fé se dá, necessariamente, em comunidade.

A princípio, cabe destacar o que diz o decreto Presbyterorum Ordinis, sobre a vida dos presbíteros: “os presbíteros, elevados ao presbiterado pela ordenação, estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental”. Em outras palavras, quando ordenados, os padres passam a fazer parte de uma família presbiteral, na qual todos os membros cooperam para um eficaz exercício do ministério um do outro, de modo que se forma um único presbitério sob a orientação do Bispo.

Além disso, o exercício do ministério presbiteral acontece, principalmente, nas comunidades paroquiais onde se congregam os fiéis e devotos. Por essa razão, é fundamental que haja uma profunda compreensão do que é, com efeito, a vida comunitária e qual o seu papel no desenvolvimento da fé do povo de Deus. À vista dessas realidades, já é possível imaginar a importância da dimensão comunitária no período de formação dos seminários.

Todo o processo formativo possui um caráter eminentemente comunitário. Isso parte do princípio no qual a conversão dos homens não acontece de maneira individualista; ao contrário, a comunidade é uma via para santificar-se a si mesmo, como também para santificar os demais. Isso se manifesta de maneira ainda mais evidente quando recordamos que o próprio Deus enviou profetas e apóstolos para anunciarem sua Palavra, fazendo uso de alguns homens para santificar os demais. Logo, percebe-se que a vida comunitária possui uma relação íntima com a vida espiritual, que é imprescindível no amadurecimento dos seminaristas.

Outro aspecto relevante é a oportunidade da prática das virtudes com ênfase na caridade. A fraternidade só é construída com um empenho constante para superar as formas de individualismo. Tal empenho se torna eficaz quando se busca vencer as formas do pecado com vistas à conquista das virtudes: a paciência, a mansidão, a misericórdia, a magnanimidade, etc. Assente nisso, não se pode esquecer que na caminhada vocacional, não somos competidores disputando o primeiro lugar; entretanto, somos irmãos em busca de uma comunhão sincera. Desse modo, o candidato purifica suas motivações e transforma sua própria conduta a fim de uma progressiva configuração a Cristo.

No intuito de buscar as realidades acima mencionadas, as casas de formação recomendam algumas práticas salutares: 1) Convivência e integração à comunidade; 2) Assumir gradualmente responsabilidades; 3) Trabalhar em equipe, sabendo receber e dar ajuda; 4) Escutar obedientemente o bispo e os formadores.

Tais práticas se desenvolvem no cotidiano da vida no seminário e promoverão um intenso amadurecimento humano e espiritual nos candidatos ao sacerdócio, como também tornará presente neles um crescente desejo pela comunhão.

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