Com dores no joelho o Papa Francisco adiou visita ao Congo e Sudão e cancelou a missa de Corpus Christi, tradicionalmente rezada na Basílica São João de Latrão.
O adiamento da viagem já havia sido feito na semana passada, mas ontem após o Angelus o Papa expressou seu sentimento: “Gostaria de me dirigir ao povo e às autoridades da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul. Caríssimos, com grande pesar, devido a problemas com minha perna, tive que adiar minha visita a seus países, programada para os primeiros dias de julho. Eu realmente sinto um grande pesar por ter tido que adiar esta viagem, que eu tanto prezo. Peço desculpas por isto. Rezemos juntos para que, com a ajuda de Deus e dos cuidados médicos, eu possa estar entre vocês o quanto antes. Estamos confiantes”!
A Solenidade de Corpus Christi e a procissão entre a Basílica São João de Latrão e Santa Maria Maior ou em outros locais como aconteceu em 2018 e 2019 não acontecerá este ano. A informação foi publicada no site do Vaticano hoje, 13 de junho de 2022.
Rezemos pela saúde do Papa.
O que disse o Papa sobre a Solenidade de Corpus Christi (site do Vaticano):
Ao longo dos anos, o Papa Francisco tem enfatizado vários aspectos desta Solenidade. Em primeiro lugar, a força de se gastar pelos outros que vem precisamente da Eucaristia:
“Quantas mães, quantos pais, juntamente com o pão quotidiano cortado sobre a mesa de casa, repartiram o seu coração para fazer crescer os filhos, e fazê-los crescer bem! Quantos cristãos, como cidadãos responsáveis, repartiram a própria vida para defender a dignidade de todos, especialmente dos mais pobres, marginalizados e discriminados!” (Homilia de Corpus Christi, 26 de maio de 2016)
No ano anterior, Francisco havia destacado que o que nos permite não desagregar-nos é precisamente a Eucaristia:
“Cristo presente no meio de nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor ultrapasse todas as dilacerações e, ao mesmo tempo, que se torne comunhão inclusive com o mais pobre, sustentáculo para quem é frágil, atenção fraterna a quantos têm dificuldade de carregar o peso da vida quotidiana, e correm o perigo de perder a própria fé.” (Homilia de Corpus Christi, 4 de junho de 2015)
A Eucaristia não é um memorial abstrato, mas um memorial vivo do amor de Deus, um sacramento inscrito no DNA espiritual, lembrou o Santo Padre no Corpus Christi de 2017:
“A Eucaristia é o sacramento da unidade. Quem a recebe não pode deixar de ser artífice de unidade, porque nasce nele, no seu «DNA espiritual», a construção da unidade. Que este Pão de unidade nos cure da ambição de prevalecer sobre os outros, da ganância de entesourar para nós mesmos, de fomentar discórdias e disseminar críticas; que desperte a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem invejas, nem murmurações maldizentes.” (Homilia de Corpus Christi, 18 de junho de 2017).
E também em 2013 o aspecto da comunhão havia sido central, enquanto em 2014 o Papa havia advertido contra os vários tipos de alimentos que são oferecidos:
“Mas o único alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia é aquele que o Senhor nos concede! O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos demais, e talvez não nos pareça tão saboroso como determinadas comidas que o mundo nos oferece. Então, sonhamos outras refeições, como os hebreus no deserto, que tinham saudades da carne e das cebolas que comiam quando estavam no Egito, esquecendo-se, contudo, que comiam aqueles pratos na mesa da escravidão.” (Homilia de Corpus Christi, 19 de junho de 2014)