Campanha de combate à fome vai arrecadar doações durante a Festa da Penha
Nos oito dias da Festa da Penha os organizadores da campanha Dai-lhes de Comer esperam receber mais de 500 toneladas de alimento, doados pelos fiéis que participarão das celebrações.
Como parte das ações de combate à fome realizadas pela Arquidiocese de Vitória, a campanha “Dai-lhes de Comer” acontecerá entre os dias 17 e 25 de abril, em conjunto com as atividades da Festa da Penha, padroeira do Estado.
A campanha mobilizará mais de 400 voluntários para receber, empacotar e partilhar os alimentos com as famílias que precisam neste momento de grave crise econômica e social. Todos os que participarem das celebrações, das romarias e demais atividades terão oportunidade de doar.
No sábado (23), caminhões espalhados entre Vitória e Vila Velha receberão as doações durante a Romaria dos Homens que, em 2019, teve quase 700 mil participantes, segundo a organização da Campanha.
Os pontos de coleta ficarão no entorno da Catedral Metropolitana e no percurso da Romaria em Vitória: na rua Thiers Veloso, Av. República, Rua Marcos de Azevedo e Av. Nair Azevedo Silva; em Vila Velha: na Rodovia Carlos Lindenberg e na Prainha.
Importante destacar que os itens a serem doados são específicos, para evitar perda, quebra e desperdício de alimento. Devem ser doados arroz, feijão, café e leite em pó.
A expectativa é de poder superar a capacidade de atendimento e levar alimentos às casas de mais de 30 mil famílias. O vigário para Ação Social e Política, Pe. Kelder Brandão, destacou que foi durante a Festa da Penha do ano passado que foi lançada a campanha permanente de combate à fome, a Paz e Pão.
“É através da solidariedade e do esforço contínuo das nossas comunidades que temos podido cuidar de milhares de famílias. Mas o tempo da Páscoa e a celebração da Festa da Penha servem para motivar ainda mais cada um de nós para a necessidade dos outros, num momento de grave avanço da pobreza e da fome”.
Dados mostram aumento da pobreza no ES
Reportagem especial publicada pelo portal Gazeta Online no mês passado mostrou que a parcela de pessoas na linha da pobreza passou de 22,4% para 27,6% da população do Espírito Santo entre 2019 e 2021, conforme pesquisa de Daniel Duque, pesquisador de Economia Aplicada do FGV IBRE.
Cerca de 1,1 milhão de pobres no Estado vivem com até R$ 425 mensais, conforme indicadores do Banco Mundial. Mas há uma parcela em condição ainda mais vulnerável, a da extrema pobreza, que alcançou 9,6% dos moradores do Estado no ano passado. De 394 mil pessoas nesse contexto, sobrevivendo com uma renda de até R$ 146 por mês, 157 mil se afundaram na miséria no período da pandemia.
A faixa de renda de 37,5% da população capixaba varia de R$ 5 a R$ 15 por dia.