COMO SE FORMA UM PADRE? – A ORDENAÇÃO

21 maio, 2021

Ultima turma de padres ordenada em 2020.

Finalmente, após caminharmos através de todas as etapas da formação inicial, chegamos a tão esperada Ordenação.

Antes de adentrarmos no rito em si, cabe tratar de algumas características peculiares ao sacramento da ordem[1]. A Ordem é dividida em três graus distintos: Diaconato (Diáconos), Presbiterato (Presbíteros/padres) e o Episcopado (Bispos), sendo este último grau a plenitude do sacramento.

Nessa perspectiva, “os diáconos são ministros ordenados para as tarefas de serviço da Igreja; não recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação confere-lhes funções importantes no ministério da Palavra, culto divino, governo pastoral e serviço da caridade”[2]. Além disso, todos aqueles que querem chegar ao presbiterato devem servir a Igreja como diáconos por, pelo menos, seis meses. Tais diáconos são chamados transitórios, haja vista têm às vistas o ministério presbiteral. Como estamos tratando da formação para o sacerdócio, não iremos aprofundar, hoje, o 1ºGrau da ordem.

Enfim, iniciemos a nossa ordenação presbiteral. Pode-se dizer que este é um ponto clímax da vida do vocacionado, quando não é , de fato, o mais importante dia. Basta que o rito seja executado de forma válida para que o, até então diácono, receba a mesma unção de Cristo Sacerdote e participe do seu sagrado mistério. A partir desse momento, as palavras de um homem adquirem a eficácia e o poder de uma ordem do próprio Cristo: quando se diz “isto é o meu corpo” é o próprio Cristo que o diz, e o milagre eucarístico acontece.

Sendo um momento tão sublime para o vocacionado e para a Igreja em toda a sua extensão, preparamos uma meditação sobre cada parte do rito de ordenação a fim de melhor viver este momento.

Os participantes do rito

Antes de iniciar o rito, propriamente, a rubrica[3] indica um fator importante: “faça-se com a máxima participação dos fiéis”. Ora, o povo de Deus é aquele que usufrui diretamente dos dons concedidos ao ordenando, haja vista um pastor vive em benefício do seu povo. Logo, fica claro a importância dos fiéis nesse momento.

Ademais, é fundamental a presença dos presbíteros de toda a Arquidiocese, que irão acolher os novos sacerdotes na família presbiteral, que gira em torno do Bispo.

Apresentação dos ordenandos

Após a Liturgia da Palavra, o Bispo assenta-se, e o diácono chama, pelo nome, os que serão ordenados.

Cada ordinando responde: “Presente”. Tal resposta é sinal da prontidão enérgica e amorosa de um servo de Deus, que se dispõe a realizar a vontade do Pai a toda hora. Um padre está sempre atento ao chamado de Deus, que o leva a cuidar das necessidades do rebanho. A partir dessa resposta o presbítero designado realiza o pedido do sacramento da Ordem ao Bispo.

O Bispo questiona, então: “Podes dizer-me se eles são dignos desse ministério?”. De fato, o presbítero deve ser um homem íntegro e capacitado por Deus a tão sagrado ofício. “É justo que muito custe aquilo que muito vale” exorta Santa Teresa D’ávila. Por essa razão, o testemunho da vivência Cristã deve ser atestado contundentemente pelos formadores e pelo povo de Deus.

Nesse sentido, o presbítero confirma a dignidade: “Tendo interrogado o povo de Deus, e ouvido os responsáveis, dou testemunho de que foram considerados dignos”.

Propósitos do Eleito

O Bispo dirige-se a todo o povo de Deus sobre a missão dos presbíteros. Recorda-se que o próprio Deus escolheu, dentre os discípulos, homens para fazerem as vezes de Cristo na Terra, realizando o papel de cabeça da Igreja. Além disso, enviou os Apóstolos a fim de continuar a exercer sua função de mestre, sacerdote e Pastor por meio deles e seus sucessores (os bispos). Desse modo, os Presbíteros são cooperadores dos Bispos, unidos a eles no ministério sacerdotal.

Diante disso, o Bispo interroga os ordenandos acerca de seus propósitos de servir à Igreja e cumprir os deveres do ministério presbiteral; os candidatos respondem: “quero”. Tal afirmação revela a liberdade da decisão tomada: nenhum padre é ordenado por coerção, contudo, a decisão parte de sua livre consciência e vontade. Somente o Amor pode mover um tal alargamento do coração. Ao responder “quero”, manifesta-se a profunda ação da Graça Divina no coração dos homens, que os move em direção ao Amor e a doação de si mesmo.

A seguir, os eleitos realizam a promessa de obediência aos Bispos e seus sucessores. O Bispo, por sua vez, roga a Deus para que conduza tais homens a perfeição. Para isso, recorre-se à intercessão de todos os santos, cantando sua ladainha. De fato, são os Santos de Deus que ensinam e testemunham a perfeição do Amor. aos fiéis de hoje.

Imposição das mãos

Terminada a ladainha, chegamos ao momento mais marcante da ordenação: a imposição das mãos. Tal gesto é profundamente significativo: já os apóstolos, desde o início da Igreja, impunham as mãos sobre os eleitos. Nesse contexto, o Bispo, em silêncio, impõe as mãos sobre os ordenandos, seguido de todos os presbíteros presentes. Ao final desse momento, o Bispo diz a oração consecratória.

Unção das Mãos e a entrega do Pão e do Vinho

Terminada a prece, alguns presbíteros escolhidos pelos ordenados revestem o, já ordenado, presbítero com a estola sacerdotal e a casula: vestes próprias do sacerdote. Posteriormente, o Bispo unge as palmas das mãos dos presbíteros, sinal da graça que reveste tais mãos de poder de santificação do povo de Deus e de oferecer o Santo sacrifício da Missa. As mãos ungidas e amarradas, como sinal do presente de Deus que é acolhido, será solta, segundo costume, pela pessoa que receberá a primeira benção do presbítero.

Por fim, o Bispo entrega aos neo-sacerdotes a patena e o cálice, contendo o pão e o vinho, respectivamente, confirmando o mistério que será celebrado por tais ministros.

Conclusão

Em suma, assim pode-se descrever os principais aspectos de uma ordenação. No entanto, devemos ressaltar que o mistério presente nessa instituição de ministros é um mistério inexpressável por meio de simples palavras. São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, nos ensina: “se entendêssemos na terra o que é um padre, morreríamos não de susto, mas de amor”. Portanto, a melhor forma de entender uma ordenação é fazendo a experiência de estar presente em uma, de modo que o próprio Deus possa mostrar o mistério escondido.

A vista disso, convidamos todos os fiéis da Arquidiocese a participarem virtualmente da próxima ordenação presbiteral. Nela serão ordenados os quatro diáconos transitórios de nossa Arquidiocese: Diácono Daniel Mascalubo, Diácono Ruan Coutinho, Diácono Alessandro Rebonato e Diácono Vitor Cézar Zille Noronha. Sua presença é essencial, portanto, fique atento às nossas redes sociais para receber mais informações.

[1] Para mais informações, verificar Catecismo da Igreja católica, pontos 1536-1600

[2] Catecismo Igreja Católico, 1596

[3] Notas e prescrições sobre os procedimentos do rito

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