A vontade de cuidar espiritualmente dos pacientes que atendia no posto de saúde e hospital acendeu o chamado de Ricardo Passamani, 33 anos, para que buscasse o sacerdócio. Ricardo é um dos seis diáconos transitórios da Arquidiocese de Vitória que serão ordenados padres no próximo dia 25 de julho, na Catedral Metropolitana de Vitória.
O primeiro passo de uma sequência de outros que o convenceram que a religião católica é a verdadeira religião foi com 22 anos, quando ele pretendia se casar com uma namorada que era evangélica. O diácono lembra que a esta altura sua mãe já era muito mais católica do que em sua infância e com isso estava acontecendo uma verdadeira “guerra” entre mãe e nora. Na hora de tomar uma decisão Cristiane o questionou se seria católico ou evangélico e o presenteou com o livro “Por que sou católico?”, do professor Felipe Aquino:
“Uma vez tendo me apaixonado, não por Jesus Cristo de quem eu já era discípulo, mas me apaixonado pela Igreja por ele fundada, que era a parte que eu não conhecia, eu comecei a me dedicar demais ao estudo da doutrina da Igreja Católica. Eu gostava de ler muito o catecismo e os escritos do papa Bento XVI naquela época e durante a faculdade de medicina eu passava mais tempo lendo os escritos do Papa, do que os textos que os médicos pediam. A religião foi tomando um espaço muito grande na minha vida”, destaca.
Após terminar a faculdade Ricardo começou a trabalhar em um posto de saúde de Itaúnas e no contato com as pessoas percebia que todas ou a maioria delas para completar seu tratamento, necessitava de algo que só a religião católica podia dar a elas, como por exemplo – e principalmente – o sacramento da confissão. Com isso ele encaminhava os pacientes ao padre do município pedindo que ele atendesse o doente em confissão, e isso promovia de fato uma melhora espiritual e clínica da pessoa.
Sempre associando a religião e sua prática como médico foi durante a residência em infectologia, em Vitória, frequentando o pronto socorro e vendo os doentes internados perdendo a vida e outros que já tinham sido tratados alguma vez e estavam novamente no hospital, que ele questionou a sua missão no mundo.
“É muito temporário o benefício que o médico produz na vida de uma pessoa e se eu fosse padre eu poderia chegar para essa pessoa e dizer: fulano de tal eu te absolvo de seus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo, Amém. E aí podia dispensar todo mundo, cardiologista, infectologista. Não tem comparação. Foi isso que eu senti e me moveu a procurar o sacerdócio”.
Em 2011, ele começou o acompanhamento com o padre Márcio Ferreira, Vice-reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha na época. Após entrevistas e encontros vocacionais, foi aprovado ao final do ano. Em 2012, começou o Propedêutico e seguiu na preparação até os dias atuais.
Para Ricardo o desejo é que esta ordenação leve ânimo aos desconsolados e seja um sinal de vitalidade da própria Igreja que continua a formar os sacerdotes e se fortalecer para o futuro. Por outro lado, este também é um momento de profunda revisão de vida para todos. Um momento de se aproximar mais do Senhor, pois em períodos de sofrimento pode-se perceber melhor a presença de Deus.