Enviados para evangelizar

11 julho, 2021

Daniel Tonini I “Jesus chamou os Doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros” (Mc 6, 12).

A Liturgia da Igreja, neste XV Domingo do Tempo Comum, nos convida a meditar a missão dos discípulos do Senhor no anúncio do Reino de Deus. Diz o Evangelho (Mc 6, 7-13) que “Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois”. Tal envio ocorre em meio ao discipulado dos apóstolos, de modo a ensinar uma verdade muito cara aos cristãos: Deus deseja atuar no mundo por intermédio do Homem. Nesse sentido, o Homem toma parte na obra de Deus. Não obstante, deve-se recordar com clareza que a Obra do Reino de Deus não é obra humana, porém, Obra de Deus. À vista disso, é possível perguntar-se: “se é Deus quem faz a obra, o que pode o Homem querer aí fazer?”.

Ora, o Homem integra-se à obra de Deus enquanto adere à sua divina vontade e enquanto testemunha a Verdade. Isso fica mais claro quando analisamos a 1ª Leitura, retirada do livro do profeta Amós (Am 7, 12-15). Amós se confronta com o sacerdote Amasias, o qual fazia dos rituais religiosos um meio para alcançar os próprios interesses. Nessa perspectiva, Amós reafirma que ele profetiza aquilo que o Senhor deseja, demonstrando sua fidelidade a Verdade e a vontade do Senhor. Desse modo, nossa atitude deve ser análoga a de Amós: uma extensão da vontade de Deus na Terra e, por conseguinte, uma extensão do seu Amor.

Além disso, veja-se que “Jesus chamou os doze Apóstolos”, isto é, a missão acontece pela pura e amorosa iniciativa divina, que quer agregar a humanidade à sua obra. Assim, fica patente outra realidade acerca do anúncio do Reino de Deus: é Jesus quem chama e realiza o anúncio, de maneira que o Homem toma parte nisso na medida em que acolhe o chamado de Cristo. Essa realidade torna-se concreta frente às orientações de Jesus: “ ordenou-lhes que nada levassem para o caminho a não ser o bastão, nem pão, nem alforge, nem dinheiro, que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas”. Em linguagem mais simples, é necessário despojar-se de qualquer coisa para anunciar o Evangelho, exceto o próprio Cristo,  haja vista o sucesso da missão depende somente de Jesus. Esta é a Pobreza Evangélica: livre de qualquer apego, necessidade ou ambição é possível realizar a vontade divina de maneira pura e verdadeira.

Enfim, após entender quem nos envia e para que nos envia, ainda permanece uma questão fundamental: O QUE nós anunciamos ? Paulo responderá tal pergunta na 2ª Leitura, quando realiza uma síntese de todo o Mistério Cristão na carta aos Efésios (Ef 1, 3-14):

“Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo”. Eis o mistério da Fé, o Pai enviou seu filho ao mundo para nos redimir e nos cumular de todas as graças necessárias à nossa santificação; graça que nos é transmitida por meio da ação do Espírito Santo. Em síntese, quando “os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento”, eles nos mostraram a imensa misericórdia de Deus que a todos deseja salvar, abrindo, portanto, o caminho para uma vida nova, ou seja, uma vida que nos leve a “sermos santos e irrepreensíveis”.

Isto é aquilo que os Apóstolos anunciam: aquilo que experimentaram e receberam de Cristo. Logo, nós também devemos e queremos transmitir a profunda e sublime experiência de Jesus Cristo.

Daniel Tonini Demuner

Seminarista do 1º ano de Filosofia.

Paróquia de origem: N. Sra. de Guadalupe – Praia de Itaparica – Vila Velha.

Paróquia de estágio Pastoral: Bom Pastor – Campo Grande – Cariacica.

Compartilhe:

VÍDEOS

sexta-feira 29 setembro
sábado 30 setembro
domingo 1 outubro
Nenhum evento encontrado!

Facebook