Wellinton Cordeiro| Quando eu for exaltado, atrairei então todos a mim (Jo 12,32).
Celebramos hoje, com toda a Igreja, a festa da exaltação da Santa Cruz. Uma festa que tem sua origem nos primeiros séculos da cristandade. Conta a história que santa Helena, mãe do imperador Constantino, fez o possível para conservar os locais onde Cristo viveu o Seu ministério, principalmente o Gólgota e o Santo Sepulcro. No local onde Jesus foi crucificado foi construída a igreja do Santo Sepulcro, em 13 de setembro de 335. A festa para o povo aconteceu no dia seguinte e entrou no calendário romano-cristão. Nos anos subsequentes passou (o sinal da Cruz) a fazer parte dos Rituais litúrgicos. Bem como sua representação foi incorporada à arquitetura sacra. Com isso, a Cruz tornou de caráter próprio do Cristianismo.
Assim, como já sabemos, a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo está no centro da nossa fé, pois, por ela, o Senhor Jesus venceu a nossa morte e ingressou na vida eterna com sua ressurreição. Cristo Morreu por nós abrindo as portas do paraíso que foram fechadas por culpa do pecado original, nos libertando desta culpa original. Na Cruz, Cristo aceitou a situação mais dolorosa e humilhante que pudesse existir para nos resgatar, salvar e capacitar para o Amor. Por amor, a Virgem Maria, Senhora das dores, permaneceu de pé, firme e constante aos pés da Cruz para, de alguma forma, compartilhar o amor salvífico de Cristo em prol de nossa libertação.
Nosso Senhor nos chama ao seguimento, a sermos seus discípulos, discípulos missionários. Contudo, tal seguimento implica de cada cristão duas atitudes, primeiro um descentramento, um esvaziamento do próprio amor, em suma, um esvaziamento de si mesmo; e segundo a carregarmos a nossa própria cruz. Para poder viver o Evangelho de uma maneira inspirada, devemos deixar ressoar profundamente em nós essa expressão tão forte de Jesus: “renunciar a si mesmo” para poder viver com mais plenitude e transparência. Buscando não somente anunciar esse mistério da Cruz, mas procurando vivê-lo cotidianamente.
A cruz pela cruz não salva ninguém, é símbolo de maldição, segundo a lei judaica, mas o Cristo crucificado tornou-se bendito para eliminar toda e qualquer maldição; por isso, anunciamos ao mundo o Cristo morto na cruz e ressuscitado para nossa salvação. Ele está vivo para a glória de Deus, mas o seu sacrifício na cruz jamais será anulado, jamais será esquecido, pelo contrário, é na cruz que Ele assina a nossa libertação, a nossa redenção, é por meio de sua morte que Ele vence a nossa morte e nos dá a vida nova, é na sua morte que somos curados, renovados e transformados.
A cruz não deve ser reduzida a um símbolo hodierno, devemos valorizar nosso cristianismo (representada pela Cruz), podemos carregar uma cruz no peito, termos uma cruz em nossa casa ou em nosso carro, mas ela não é um símbolo apenas, é muito mais do que isso. A cruz é a nossa redenção porque é por ela que o nosso Salvador nos redimiu de todo o mal. Exaltemos o Cristo crucificado na cruz!
Wellinton Cordeiro de Paula
Seminarista do 2º ano de teologia
Paróquia de origem: São Miguel Arcanjo, Araguaia, Marechal Floriano – ES;
Paróquia de pastoral: Bom Pastor, Nova Carapina I, Serra – ES.