Família, primeiro seminário

25 agosto, 2021

Num mundo marcado por relações plásticas, artificiais e pouco duradouras, torna-se urgente o testemunho das famílias cristãs para que, sendo sinais do Amor de Deus no mundo, sejam como árvores ou jardins fecundos, cujas sementes se espalham por toda a terra.

Aqueles que contraem matrimônio são continuadores da obra de Deus e da vida humana, transmitindo às gerações o amor divino, que é fonte do amor conjugal e familiar (cf. Humanae Vitae, nn 1-8). Assim, quando se considera a família deve-se contemplar nela uma missão especial, de gerar os filhos de Deus, a família do Senhor, educando-os na fé e, consequentemente, impregnando no mundo o doce odor de Cristo, que dá vida (cf. 2Cor 2, 15s).

Nos dizeres do Papa Francisco, cabe a todos e, particularmente, à família um papel “[…] especial na preparação da vinda do Reino de Deus ao nosso mundo” [1]. Daí que a Igreja insistentemente afirma a necessidade de proteção e defesa da família, a fim de que possam colaborar na edificação de uma sociedade verdadeiramente humana (cf. Casti Conubii, n. 110).

Quando a família, portanto, é sinal de Deus no mundo ela é capaz de fecundar a sociedade e a própria Igreja: seja formando bons cristãos e, consequentemente, bons cidadãos; seja conduzindo -com maturidade- seus filhos aos caminhos da vida consagrada e sacerdotal. Quando tal coisa acontece parece se cumprir aquela célebre declaração de Josué diante do povo: “Quanto a mim e à minha casa, serviremos ao Senhor” (Js 24, 15).

É no seio familiar que o vocacionado aprenderá as primeiras orações, será instruído na fé, aprenderá de seus pais o valor do sacrifício e da doação, bem como o exemplo de dar o “sim” diário à vocação a qual foi chamado. É no seio de uma família que se alimenta da Eucaristia que surgirão os discípulos missionários, os operários da messe.

Noutras palavras, “a família que está aberta aos valores do transcendente, que serve os irmãos na alegria, que realiza com generosa fidelidade os seus deveres e tem consciência da sua participação quotidiana no mistério da Cruz gloriosa de Cristo, torna-se o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada ao Reino de Deus” (Familiaris consortio, n. 53).

Neste ano de São José vemos que exemplo luminoso é a Família de Nazaré que, buscando obedecer a tudo em Deus, seja cumprindo os preceitos da religião, seja educando o Menino Jesus para que crescesse em estatura e graça diante de Deus e dos homens. Foi dali, na simplicidade de uma pequena e pobre família, é que saiu aquele que é fonte de vida e salvação à toda a humanidade.

Que a generosidade da Família de Nazaré encoraje nossas famílias a serem vocacionadas, isto é, sementeiras de vocações aos mais variados carismas e ministérios da Igreja, a fim de que o mundo conheça a beleza e a alegria de servir a Deus e aos irmãos.

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Referências

BIBLIA SAGRADA tradução da CNBB. Edições CNBB, 2ª edição, 2019.

FRANCISCO. Discurso do Santo Padre no Encontro das Famílias. Mall of Asia Arena, Manila. 16 de janeiro de 2015.

JOÃO PAULO II. Exortação apostólica “Familiaris Consortio” sobre a função da família cristã no mundo de hoje. 1981.

PAULO VI. Carta Encíclica “Humanae Vitae” sobre a regulação da natalidade. 1968.

PIO XI. Carta Encíclica “Casti conubii do Sumo Pontífice Pio XI acerca do Matrimônio Cristão em face das atuais condições, exigências, erros e vícios da família e da sociedade. 1930.

[1] Discurso do Santo Padre no Encontro das Famílias. Mall of Asia Arena, Manila. 16 de janeiro de 2015.

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