
Jardel Martins I “Eles não têm mais vinho” (Jo 2, 3b).
Celebramos, hoje, a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Celebrar a memória da Virgem Maria é sempre reconhecer o mistério amoroso de Deus para conosco, seus filhos e filhas. Pelo sim de Maria “a palavra” (Jo 1, 1), prometida pelo Pai, “se fez carne e veio morar entre nós”[1] (Jo 1, 14).
São João Paulo II, estando no Brasil por ocasião da dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, afirmou: “Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com sua participação íntima e toda especial na história da salvação” [1].
O Evangelho desta Solenidade, narrado segundo São João, nos coloca diante das bodas de Caná, ou seja, o primeiro milagre de Jesus (Jo 2, 1-11). Vários sinais podem ser apreendidos dessa narrativa evangélica.
O casamento era uma importantíssima festa que reunia toda a comunidade e, ademais, recordava ao povo sua aliança feita com Deus. Por outro lado, o vinho presente na festa representa a alegria e o amor. Logo, um casamento sem vinho era um casamento triste e sem amor.
Nota-se que, quando tudo se parecia perdido, surge Maria e com sua poderosa e materna intercessão, e suplica a Jesus que não permita que esse jovem casal seja envergonhado. Fato parecido ocorre com a imagem de Aparecida quando abençoou, com grande fartura de peixes, o Rio Paraíba do Sul, não permitindo que caíssem em desgraça os três pescadores – Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso – que foram obrigados a pescar para a preparação do jantar de recepção do Conde de Assumar na vila de Guaratinguetá.
Seguindo a narrativa do Evangelho podemos perceber que após breve diálogo com Jesus, Maria volta-se aos que estavam servindo e os diz: “fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 5). Este é um grande conselho que Maria dá a cada um de nós, seus filhos e filhas.
É preciso, meus irmãos e irmãs, que entreguemos o leme de nossas vidas nas mãos do Pai e, assim como Maria, estejamos sempre disponíveis a colaborar para que nossos irmãos e irmãs não sofram qualquer maldade ou injustiça. Fazer a vontade de Deus é estar disponível a cooperar em sua obra redentora.
Aquele que transforma água em vinho quer, hoje, transformar a nossa vida. Sejamos, como Maria, disponíveis a este chamado: “eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38).
Por fim, rezemos a oração feita por São João Paulo II em sua visita Brasil por ocasião da dedicação da Basílica Nacional de Aparecida: “Não cesseis, ó Virgem Aparecida, de manifestar nesta terra que o Amor é mais forte que a morte, mais poderoso que o pecado! Não cesseis de mostrar-nos Deus, que amou tanto o mundo, a ponto de entregar o seu Filho Único, para que nenhum de nós pereça, mas tenha a vida eterna!”. Amém!
Jardel Martins Ferreira
Seminarista do 3º ano de Filosofia.
Paróquia de origem: Santo André Apóstolo – André Carloni – Serra.
Paróquia de estágio Pastoral: N. Sra. da Conceição – Sede – Viana.
[1] Pronunciamentos do Papa no Brasil. Vozes: Petrópolis (RJ), 1980.