Hoje a Igreja Católica celebra a Exaltação da Santa Cruz, que é símbolo da vitória de Jesus Cristo sobre a morte e o pecado e um sinal da salvação para todos os cristãos. A cruz sobre a qual Cristo sofreu era apenas um instrumento material de sua morte, mas na época dos Apóstolos se tornou o símbolo da redenção operada por Cristo e, portanto, símbolo da Fé Cristã, âncora de salvação para o mundo.
De acordo com informações do Vaticano, “a literatura patrística e os testemunhos arqueológicos colocaram como ponto de referência a respeito da cruz na festa da inventio crucis (descoberta da cruz), nascida pela dedicação das basílicas construídas em Jerusalém, pelo Imperador Constantino do Santo Sepulcro e do Calvário (325 dC). A partir de então, impulsionou-se sempre mais, o culto da cruz com o desenvolvimento de uma série de homilias dos santos padres e de iconografias bem individuais”.
A Igreja convida que todos tenham gratidão à Cristo que nos remiu por sua cruz. Na manhã de hoje, durante sua homilia, o Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Dario Campos, comentou sobre a importância da data: “A Festa da exaltação da Santa Cruz nos coloca diante do maior símbolo cristão que é a cruz e nos revela a grandeza surpreendente de Deus. Essa grandeza que transforma os sinais de morte em sinais de vida. Que transforma a própria morte em vida plena. Somente Deus é capaz de algo desta natureza”.
Sobre a história Dom Dario conta que “segundo a tradição, a cruz de Cristo foi descoberta no ano de 326 por Helena de Constantinopla – mãe do imperador Constantino I – durante uma peregrinação a cidade de Jerusalém. Diante deste episódio a Igreja do Santo Sepulcro foi construída no local da descoberta. A Igreja foi dedicada nove anos depois com uma parte da Cruz em exposição. No dia 13 de setembro de 335 ocorreu a dedicação da Igreja e a cruz foi exposta no dia 14 – daí a festa da Exaltação da Santa Cruz – para que os fiéis pudessem orar e venerar. É, portanto, a data que se celebra até hoje a sua exaltação. ”
Paróquia
Na Arquidiocese de Vitória, existe a Paróquia Santa Cruz, no bairro Vale Encantado, Vila Velha. Ela foi instituída em 11 de setembro de 2016 e possui oito comunidades: Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Clara, Santo Antônio, Santa Luzia, Cristo Rei, Sagrada Família, São Pedro e São Paulo e a Matriz Santa Cruz.
O pároco é o padre Solon Lauff Dias desde a fundação da paróquia. Neste ano está sendo comemorado os 50 anos da Comunidade Matriz e uma programação está sendo realizada nos últimos dias. Hoje acontece uma missa solene, às 19h30, presidida pelo pároco e no próximo sábado será realizada uma missa em ação de graças pelo aniversário da paróquia.
“Nós vos adoramos senhor Jesus Cristo, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo”.
Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Oratio 10 in Exaltatione sanctae crucis: PG97,1018-1019)
(Séc.VIII)
A glória e a exaltação de Cristo é a cruz
Celebramos a festa da cruz; por ela as trevas são repelidas e volta a luz. Celebramos a festa da cruz e junto com o Crucificado somos levados para o alto para que, abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da cruz é tão grande e de tão imenso valor que seu possuidor possui um tesouro. Chamo com razão tesouro aquilo que há de mais belo entre todos os bens pelo conteúdo e pela fama. Nele, por ele e para ele reside toda a nossa salvação, e é restituída ao seu estado original.
Se não houvesse a cruz, Cristo não seria crucificado. Se não houvesse a cruz, a vida não seria pregada ao lenho com cravos. Se a vida não tivesse sido cravada, não brotariam do lado as fontes da imortalidade, o sangue e a água, que lavam o mundo. Não teria sido rasgado o documento do pecado, não teríamos sido declarados livres, não teríamos provado da árvore da vida, não se teria aberto o paraíso. Se não houvesse a cruz, a morte não teria sido vencida e não teria sido derrotado o inferno.
É, portanto, grande e preciosa a cruz. Grande sim, porque por ela grandes bens se tornaram realidade; e tanto maiores quanto, pelos milagres e sofrimentos de Cristo, mais excelentes quinhões serão distribuídos. Preciosa também porque a cruz é paixão e vitória de Deus: paixão, pela morte voluntária nesta mesma paixão; e vitória porque o diabo é ferido e com ele a morte é vencida. Assim, arrebentadas as prisões dos infernos, a cruz também se tornou a comum salvação de todo o mundo.
É chamada ainda de glória de Cristo, e dita a exaltação de Cristo. Vemo-la como o cálice desejável e o termo dos sofrimentos que Cristo suportou por nós. Que a cruz seja a glória de Cristo, escuta-o a dizer: Agora, o Filho do homem é glorificado e nele Deus é glorificado e logo o glorificará (Jo 13,31-32). E de novo: Glorifica-me tu, Pai, com a glória que tinha junto de ti antes que o mundo existisse (Jo 17,5). E repete: Pai, glorifica teu nome. Desceu então do céu uma voz: Glorifiquei-o e tornarei a glorificar (Jo 12,28), indicando aquela glória que então alcançou na cruz.
Que ainda a cruz seja a exaltação de Cristo, escuta o que ele próprio diz: Quando eu for exaltado, atrairei então todos a mim (cf. Jo 12,32). Bem vês que a cruz é a glória e a exaltação de Cristo.