Formando Discípulos Missionários: Sacrosanctum Concilium

2 junho, 2023

No próximo domingo (04) a Arquidiocese de Vitória entra em uma nova etapa do projeto Formando Discípulos Missionários de Jesus: estudo e orações à luz da Constituição Conciliar “Sacrosanctum Concilium”, uma das quatro constituições promulgadas no Concilio Vaticano II e que trata sobre a sagrada liturgia da Igreja. Em seus sete capítulos esta constituição detalha as normas práticas a respeito do “Sagrado Mistério da Eucaristia”, “Outros Sacramentos e os Sacramentais”, “O Ofício Divino”, “O Ano Litúrgico”, “A Música Sacra” e a “Arte Sacra e Alfaias Litúrgicas”.

Padre Rodrigo Chagas, Coordenador da Comissão para Liturgia e Ministérios da Arquidiocese de Vitória, foi o responsável por traduzir o documento para que as paróquias possam estudar e rezar e ele reforça que uma Constituição Apostólica é um documento importantíssimo da Igreja, que vai normatizar algo, seja um dogma ou questões pastorais e a “Sacrosanctum Concilium” trata de questões pastorais.

O sacerdote explica que a “Sacrosanctum Concilium” foi o primeiro documento que saiu e na verdade não é um documento que vai trazer o que se concluiu no Concílio, e sim trouxe normativas para apontar, iluminar o caminho que o Concílio Vaticano II teve que tomar em relação a liturgia: “foi um documento criado para que os padres conciliares pudessem a partir dele ver o que poderia ser atualizado na liturgia da Igreja e é muito interessante porque realmente muitas coisas mudaram”, afirma.

Desde o penúltimo Concílio que foi o de Trento – que veio para responder a Reforma Protestante – foi percebido que a liturgia estava sendo feita em cada lugar com seu estilo e sua forma de celebrar e se viu a necessidade de normatizá-la de uma forma única para o mundo inteiro: “a partir daí foram criados vários ritos, como por exemplo a escolha da língua. O latim ficou como uma língua oficial da igreja, a língua oficial litúrgica; porém na questão da língua veio a possibilidade, e isso é interessante frisar, ‘a possibilidade’ de ser na língua vernácula e não necessariamente o latim saiu da língua oficial. Além disso, trouxe algumas outras normativas como em relação as músicas litúrgicas que podem ser mais inculturadas, mas o canto gregoriano continua sendo o principal”.

Antes do Concilio Vaticano II se rezava tudo em latim e a partir das normativas especificadas na Constituição “Sacrosanctum Concilium” ficou aberta a possibilidade de se fazer as orações e as leituras bíblicas, na língua do local, onde se está celebrando. “Seja português, ou inglês, enfim, de qualquer lugar em que você está, pode se celebrar com a língua local. Com isso se mudou a própria característica da liturgia”.

Padre Rodrigo também explica que a comunicação nas missas era mais difícil antes devido as dificuldades que se tinha por não ter microfone e várias outras coisas que hoje temos para facilitar a interlocução: “então o padre fazia as orações todas em silêncio, voz baixa e não tinha como ampliar para o povo ouvir. Por isso que inclusive o povo ia as missas e como não tinha muito o que fazer e não entendiam muito bem, eles ficavam sentados na assembleia rezando o terço e o padre rezava a missa lá no seu cantinho no Altar”.

Houve uma grande transformação nesse aspecto litúrgico a partir da “Sacrosanctum Concilium” e a Igreja se aproximou dos fiéis: “com isso mudou a própria característica da Eucaristia, o ápice da nossa Fé. No Concilio Vaticano II a liturgia deu um salto muito grande, continuou como sacrifício, porém agora ela não vem mais como adoração, mas sim como ação de graças, como um momento de agradecimento porque o povo agora está ao redor do altar. O padre que antes ficava junto com o povo e virado para Deus, fica mais próximo do povo. O altar veio para o centro, onde todos nós nos sentamos ao redor dessa mesa e damos graças a Deus, inculturando de uma forma mais alegre. A liturgia se abriu nessa nova visão de não ser ‘sacrifício e adoração’, mas agora sacrifício e ação de graças e por isso agradecemos ao senhor e estamos alegres”.

Formando Discípulos Missionários de Jesus à luz da “Sacrosanctum Concilium”

O projeto está entrando em uma segunda etapa com a proposta de nos meses de junho e julho orientar os fiéis no estudo sobre a liturgia da Igreja. Padre Rodrigo Chagas recorda que iluminado pelo Espírito Santo, Dom Andherson Franklin (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória), trouxe essa ideia de estudar as quatros principais Constituições do Concilio Vaticano II com um sentido de renovo para a Igreja particular de Vitória.

“O Formando Discípulos Missionários de Jesus tem o objetivo de animar o povo na pastoral, para que a gente possa voltar e se encantar, reencantar com a Igreja a partir daquilo que a igreja orienta como se fosse um novo recomeço após essa pandemia. Então vamos estudar o início, para que a gente possa recomeçar de maneira correta, junto com aquilo que a igreja orienta, junto com os nossos bispos, caminhando, guiados pelo Espírito Santo”.

Para quem já fez os dois primeiros meses, sabe mais ou menos como funciona. Existem dois tipos de encontros: o mais completo e o mais breve. As pessoas podem fazer esses encontros antes de uma reunião, fazendo uma oração inicial e usando o roteiro com a forma mais breve ou tendo um pouco mais de tempo, faz o encontro mais completo. De acordo com o presbítero algumas pessoas estão fazendo como se fosse um círculo bíblico indo nas casas.

“Então faça que você vai gostar muito. Esse documento em especial é mais de orientação, mas vai ser muito bom. O texto ficou muito legal, bem acessível, para que você possa entender e tirar o que há de melhor. Tendo mais dúvidas, nós estamos à disposição, mas você também pode ler todo o documento e se aprofundar”, finaliza padre Rodrigo Chagas.

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