Fome, qual é a sua?
De pão, de pão e de compaixão
Fome, com a alma nua
De trabalho e educação
Fome, retrato de um país,
Fruto da desigualdade
Que deixa milhares de pessoas
Vivendo por um triz
A tão renegada fome
Que ressurgiu no país
Tem endereço cor e nome
E tem a sua raiz
No desemprego ou subemprego
Na falta de habitação
No racismo e no preconceito
E em toda forma de discriminação
Há quem negue a fome
Estando com a mesa farta
Ignorando os seres humanos
Que a água e o pão lhes falta
Essa vergonha da humanidade
Precisa de uma ponto final
Que se dará com a justiça
E o acesso ao direito universal
“Dai-lhes vós mesmos de comer!”
É o mandamento de Jesus
Que nasceu na manjedoura
E morreu pregado na cruz
Elizabeth Regina Lopes