Daqui a exatamente um mês vai acontecer na Catedral Metropolitana de Vitória, às 9 horas, o rito de Ordenação Presbiteral dos seis diáconos transitórios da Arquidiocese de Vitória. O clima é de expectativa para a Igreja e para os vocacionados que após anos de preparação espiritual, pastoral, missionária, humana, intelectual e comunitária, se tornarão sacerdotes. Um dos futuros padres é Tárcio Rosa Siqueira, de 31 anos, filho de Ana Penha e Amarildo e irmão mais velho de Tarcísio, uma família muito católica. Seu nascimento foi no interior da cidade de Alfredo Chaves, região Sul do Espírito Santo.
Sua caminhada religiosa começou desde a infância na roça. Participava do círculo bíblicos e novenas nas casas dos vizinhos. Ao se mudarem para cidade, ele continuou participando ativamente da Catequese, Pastoral Vocacional e Encontro de Jovens com Cristo na Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Ainda na adolescência, Tárcio conta que começou a frutificar o desejo do sacerdócio.
“Por volta dos meus 12 e 13 anos eu já participava da pastoral vocacional e então veio essa vontade, um pensamento inicial: por que não ser padre? Eu via os padres da minha paróquia e tinha aquilo como exemplo”, explica.
O querer ficou adormecido e surgiu novamente durante juventude quando cursava o 3º ano da faculdade de administração, em 2011. Tárcio relata que se questionou sobre o que queria da vida e procurou o padre Aderbal, de Alfredo Chaves. O religioso ligou para o Reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha para encaminhá-lo aos encontros vocacionais.
Apesar desse primeiro contato, foi somente em 2012, em seu último ano da faculdade, que Tárcio sentiu o chamado e participou de toda a preparação vocacional. No final deste ano, ele foi acolhido para o Seminário e no início de 2013 colou grau como administrador e entrou para o Propedêutico, onde começou os estudos para ser padre.
Foram 8 anos se preparando e faltam poucos dias para a ordenação! De acordo com Tárcio, o primeiro sentimento é de muita alegria por esta nova etapa que se inicia. Também existe o sentimento de dever cumprido até momento e a responsabilidade em poder levar ao povo o que ele necessita, seguindo o chamado de Deus e a orientação do Arcebispo:
“Os medos fazem parte, a gente sente medo e já vê que há algo muito maior que nós. Mas por outro lado a gente sabe que aquele que nos chamou é fiel e está caminhando conosco. Ele nos deixou seu Santo Espírito para que nos conduzisse e Ele nos deixou sua mãe Maria Santíssima que está sempre em nosso auxílio, nos tomando pela mão como uma mãe e fazendo-nos caminhar nos passos de Jesus.”
Neste momento em que o mundo vive uma pandemia, a ordenação presbiteral será restrita aos futuros neossacerdotes e alguns familiares. O diácono transitório acredita que o rito acontecer neste período tem um sentido especial: “a ordenação, a celebração de um sacramento é um sinal de esperança para as pessoas diante de tudo que estamos vivendo. A decisão do Arcebispo de ordenar este momento junto conosco é também para mostrar ao povo que em meio a pandemia há sempre uma notícia boa, um sinal de esperança, uma luz que vem para nos iluminar. Acho que a ordenação não é só minha. Claro que o sacramento da ordem é dispensado sobre nós, mas é um bem para toda Igreja e as pessoas vão poder nos acompanhar de várias formas, mas sobretudo na oração e depois na nossa vida de Igreja”, conclui.