“Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os susterei e eu os salvarei. ” Isaías 46, 4
Idralmira Bourguinon de Souza Trindade, é uma mulher forte e permanece fiel a Deus e a Igreja. Aos 73 anos ela dedica boa parte dos seus dias ao serviço pastoral e a ajudar aqueles que precisam. Hoje, a frente da Legião de Maria na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes em Meaípe, dona Grauma como é conhecida, recorda com alegria dos momentos que viveu na igreja e das lutas enfrentadas por ela e pela comunidade, que serviram para aumentar ainda mais a sua Fé.
Desde a infância, dona Grauma foi incentivada por seus pais e familiares a ter uma vida ativa dentro da igreja. Nascida em 12 de outubro de 1947, ela recorda ainda hoje de quando recebeu a Primeira Comunhão na comunidade Sant’Ana, que até então era a única da região, lembra também de quando participava dos terços nas casas do bairro e das Coroações a Nossa Senhora realizadas na antiga colônia dos pescadores, pois a pequena igrejinha de Sant’Ana, já não comportava o número de fiéis de Meaípe. Ainda assim, foi nessa comunidade que dona Grauma, assim como tantos outros, amadureceram na fé e no serviço a Igreja.
Sempre comprometida com o serviço pastoral, ajudava na catequese das crianças mais novas e aprendeu com os mais velhos a ter zelo pelas coisas de Deus. Foi também na comunidade de Sant’Ana que em 1969 ela se casou e mais tarde educou seus filhos para receberem a Primeira Comunhão. Com a população de Meaípe crescendo e envelhecendo, a pequena igreja no alto do morro já não comportava mais o número de fiéis e sua localização dificultava o acesso dos mais idosos.
Começaram então a se encontrar em uma garagem do outro lado do bairro, onde eram realizadas Missas e a catequese das crianças. Tempos depois, com a ajuda dos pescadores e dos comerciantes locais, conseguiram um terreno e construíram uma espécie de salão onde passaram a realizar as Missas. Para construir o salão os fiéis faziam mutirões: enquanto os homens cuidavam da obra, dona Grauma e outras mulheres se juntavam para fazer a comida.
Depois do salão construído, Grauma se dedicava cada vez mais a igreja e com isso seus filhos, seguindo o exemplo da mãe, iam crescendo e passando a ajudar também na comunidade. Nessa época ela ajudava na preparação das Missas, que não eram tão frequentes, então cada Missa era motivo de muita alegria e dedicação para Grauma e para aquela comunidade. Ajudava também a realizar almoços e festas para arrecadar dinheiro suficiente para a construção de uma igreja, um templo, mais digno. Junto com outros membros da Comunidade, Grauma ia até cidades vizinhas em busca de ajuda e doações. E isso gerou grande resultado, pois em pouco tempo a igreja dedicada à Nossa Senhora dos Navegantes já estava construída no mesmo lugar onde era o antigo salão.
A Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, na época pertencente a Paroquia Nossa Senhora da Conceição, em Guarapari, ia crescendo e amadurecendo na Fé junto com o seu povo. Dona Grauma passou a integrar a Legião de Maria, ao mesmo tempo em que preparava para se tornar Ministra Extraordinária da Distribuição da Sagrada Comunhão.
Sua filha se tornou uma grande companheira na fé e no serviço pastoral, era catequista, Ministra Extraordinária da Distribuição da Sagrada Comunhão e da Palavra, além agente da pastoral do batismo. Quando mais tarde as Comunidades da região se desvincularam da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e se instalou então a Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em Meaípe, a experiência e dedicação delas foram de fundamental importância para o bem-estar da paróquia.
Pouco tempo depois da instalação da Paróquia, Dona Grauma sofreu uma grande perda. Sua filha, que era tão companheira nessa caminhada de Fé, veio a falecer. Como toda mãe ao perder um filho, Grauma sentiu bastante essa perda. Porém, mesmo com toda dor e sofrimento ela permanece fiel a Deus a Igreja. Sem deixar de lado seu amor a Jesus Cristo e a Nossa Senhora, ela permanece até hoje realizando o seu serviço pastoral. Mesmo durante a pandemia, quando não podia ir à Missa e precisou passar por duas cirurgias, ela dava um jeito de ir até igreja bem cedo, quando sabia que não teria ninguém lá, para deixar a igreja limpa e organizada, preparando tudo para a Missa que iria acontecer mais tarde.
“Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão. ” Salmos 37, 25