“As janelas envidraçadas que estão nas Igrejas e pelas quais (…) se transmite a claridade do sol, significam as Santas Escrituras, que afastam de nós o mal, enquanto nos iluminam”.
(Pierre de Roissy, Chartres, 1200).
É motivo de maravilhamento entrar em uma Igreja com vitrais. A luz filtrada pelos vidros multicoloridos, as ilustrações, o ambiente convidativo ao silêncio e à oração, são sinais do efeito provocado pelo seu uso. Eles conferem ao ambiente, tanto uma maior espiritualidade, quanto imponência.
Os vitrais surgiram no Oriente, em torno do século X e floresceram na Europa durante a Idade Média. Amplamente utilizados nas construções das Igrejas e Catedrais, sobretudo durante o gótico, logo se tornaram recurso didático para catequese a uma população iletrada.
Como parte do projeto iconográfico da Igreja, isto é, do conjunto de representações simbólicas, os vitrais trazem ainda cenas ou personagens das Sagradas Escrituras e da vida dos Santos. Sua fabricação exige técnica e arte. Inicialmente, o chumbo derretido foi usado como elemento de ligação entre os diversos pedaços de vidros coloridos.
Hoje, com novas técnicas de fabricação, seu uso é muito mais difundido, estando presente em muitas construções. No Brasil é necessário importar vidros coloridos e há poucas indústrias. Aqui, os vitrais são ainda considerados caros.
Muito importantes no contexto do espaço celebrativo, estão unidos ao conjunto de iconografia, onde o artista, a partir do projeto de arquitetura define o trabalho artístico a ser executado na Igreja, desenvolvendo uma caminhada simbólica, bíblica e teológica em vista do Mistério celebrado na liturgia.
Os vitrais da Catedral de Vitória, desenvolvidos em linguagem adequada ao tempo atual e em harmonia com os existentes, ouçamos São Bernardo: “como o esplendor do sol atravessa o vidro sem quebrar e penetra na sua solidez com sua impalpável sutileza, assim o Verbo de Deus, luz do Pai, penetra na morada da Virgem e sai de seio intacto”.