III DOMINGO DA PÁSCOA

1 maio, 2022

João Vitor Ferreira |´´O Cordeiro imolado é digno de receber o poder e a divindade.“ ( Ap 5,12)

 

Seguindo nosso itinerário pascal nos deparamos com o ardente testemunho dos apóstolos e da igreja nascente acerca de nosso Senhor, que ressuscitado, “é digno de receber honra, glória, poder e louvor”( Ap 5,12). Na primeira leitura podemos observar com que seriedade e compromisso os apóstolos buscavam dar continuidade ao projeto salvífico de nosso Senhor, não temendo as autoridades que permaneciam ferozes e desejosas de combater quaisquer resquícios da pregação daqueles que testemunharam as bem aventuranças do Messias.

 

A palavra anunciada pelos apóstolos após serem milagrosamente soltos da prisão, provoca e agita os que se opõem à verdade e temem perder sua soberania e majestade. Entretanto,  uma vez que os apóstolos são testemunhas de fato do Cristo que padeceu no madeiro mas ressurgiu glorioso do sepulcro, nada temem, e podem com convicção proclamar “Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens.” ( At 5,29). Assim em nossa vida hodierna, como os apóstolos, não devemos temer o mundo, que incessantemente deseja que cedamos aos seus caprichos e deixemos de proclamar com nossas palavras, mas sobretudo com nosso testemunho que Jesus é o Senhor.

 

Encerrando nossa reflexão, encontramos o último texto adicionado ao evangelho escrito por João. Neste capítulo, já não se referem notícias sobre a vida, a morte ou a ressurreição de Jesus. Os protagonistas são, agora, um grupo de discípulos, dedicados à atividade missionária. O autor descreve a relação que esta “comunidade em missão” tem com Jesus, reflete sobre o lugar de Jesus na atividade missionária da Igreja e assinala quais as condições para que a missão dê frutos. Podemos então refletir em duas partes, dois momentos.

 

No primeiro Jesus se encontra à margem do lago, com isso podemos notar que lançar as redes tem sido em vão, a noite escura penetra a alma e os corações dos discípulos, assim como em nossas vidas quando deixamos Jesus a margem de nossa história e aos poucos vamos perdendo o ânimo, a firmeza de nossas ações e a fertilidade de nossas obras, deste modo, percebemos que nada podemos fazer sem Jesus. Tudo aquilo que pensamos como missão, neste caso associada à pesca, é em vão se não buscamos fazer por Cristo, com Cristo e em Cristo.

 

No segundo momento  encontramos a confirmação da fé de Pedro, bem como a de todos nós como Igreja, no texto Jesus dialoga com Pedro, três perguntas, três respostas, três conclusões: apascenta, serve, cuida das minhas ovelhas. . A pergunta que Jesus dirige a Pedro a fim de o confirmar em seu ministério de chefe dos Apóstolos e cabeça visível da Igreja, é dirigida também a cada um de nós, o Senhor espera de seus discípulos uma resposta não menos calorosa e sincera que a de Pedro.

Por isso, devemos perguntar-nos hoje e sempre se amamos realmente a Cristo. Embora reconheçamos com Simão nossa incapacidade de O amar como Ele merece ser amado, temos de fato nos esforçado por oferecer-Lhe todo o amor de que somos capazes, em nossa fragilidade e miséria? Não O podemos enganar, fingindo ter por Ele uma caridade que ainda não possuímos, mas podemos render-nos à sua bondade e pedir-Lhe que venha em socorro ao amor, que por agora lhe temos. Supliquemos neste dia que Ele se digne enviar-nos o seu Espírito Santo, que por sua divina virtude pode aquecer o que em nós está frio, iluminar a escuridão do nosso egoísmo e levar-nos à plenitude da caridade.

 

 

João Vitor Santana Ferreira

Seminarista do 1º ano de Filosofia;

Paróquia de origem: Bom Pastor, Nova Carapina I, Serra – ES;

Paróquia de pastoral: Mãe da Divina Misericórdia, Marcílio de Noronha, Viana – ES.

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