IV Domingo da Quaresma

13 março, 2021

Antonio Vitor | “Para que todos os que Nele crerem tenham a vida eterna”  (Jo 3, 15).

Ao celebrarmos o quarto Domingo da Quaresma, a Liturgia da Palavra nos convida a refletir sobre a Vida Eterna oferecida por Deus a todos. Deus leva seu amor pela humanidade às últimas consequências, ao enviar seu Filho único para nos salvar pela sua paixão, morte e ressureição.

A Primeira Leitura retirada do Segundo Livro das Crônicas nos relata brevemente o período de exílio na Babilônia do povo de Israel. A deportação para a Babilônia e a destruição de Jerusalém é vista pelo cronista como consequência direta dos pecados e infidelidades do povo de Israel que insta a ira de Deus: “[…] até que o furor do Senhor se levantou contra o seu povo e não houve mais remédio” (2Cr 36, 16).

Verifica-se, portanto, uma visão ainda primitiva da justiça de Deus que concede vida e felicidade quando o povo é fiel, mas quando se torna infiel, pune-o com toda sorte de sofrimentos. No entanto, o castigo não é a palavra final de Deus para o cronista, que logo em seguida narra o decreto do Imperador Persa libertando o povo de Israel para retornar à sua terra. Ou seja, Deus tem sempre planos de esperança e libertação para seu povo, permanecendo sempre fiel.  A Segunda Leitura retirada da Carta de São Paulo aos Efésios aponta ainda nesse mesmo sentido. Deus é misericordioso e responde com sua graça à situação pecaminosa do homem (cf. Ef 2, 5), libertando-o da escravidão da morte e abrindo as portas para a Vida que não tem fim.

Já no Evangelho (Jo 13, 14-21), Jesus explica a Nicodemos, referindo-se à sua própria morte, que o Messias deverá ser levantado assim como Moisés levantou a serpente no deserto. Como sabemos, durante a passagem pelo deserto, o povo de Israel em certo momento sofria com o ataque de serpentes. Ao se compadecer deles, Deus ordena a Moisés que coloque sobre uma haste uma serpente de metal e que todo aquele que for picado, ao olhar para tal serpente ficaria curado (cf. Nm 21, 6-9).

Se outrora a serpente de metal fora elevada no deserto para a cura, agora será o Filho do Homem levantado no madeiro da Cruz que possibilitará que o homem viva e viva eternamente. A Vida Eterna nos é possibilitada pelo sacrifício de Cristo que, pregado na Cruz, abre as portas da eternidade para a humanidade que crê e adere à sua mensagem salvadora. A missão de Jesus nesse sentido não é negativa, ou seja, de punir o mundo pelas suas faltas, mas ao contrário, é positiva, pois sua vinda ao mundo é justamente para o resgate da humanidade decaída no pecado (cf. Jo 3, 17) abrindo-lhes as portas da graça e salvação para que Nele crendo sejam salvos.

Nessa perspectiva, a salvação ou a condenação não podem ser entendidas como um prêmio ou castigo, mas são sempre em última instância produto da livre escolha do homem perante a incondicional proposta de salvação que Deus lhe faz. “Quem Nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito” (Jo 3, 18).

Que nesta Quaresma, no deserto de nossa vida efêmera e tão cheia de sofrimentos, saibamos contemplar Jesus elevado na Cruz por nós, para nos salvar. Luz que ilumina a escuridão de nossos pecados e que é fonte que jorra para a Vida Eterna!

Antonio Vitor Favero

Seminarista do 1º ano de Teologia;

Paróquia de origem: Nossa Senhora da Conceição, Alfredo Chaves – ES;

Paróquia de pastoral: Bom Jesus, Novo Horizonte, Cariacica – ES.

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