Pe. Renato Criste Covre
Mestre em teologia do matrimônio e da família
O fenômeno do alcoolismo, podemos considerar, pela sua altíssima preponderância e incidência, como uma verdadeira doença social. Também a avaliação dos estudiosos é unanime sobre esta “emergência” e sobre a triste primazia sobre os danos à vida, à saúde, à família e à sociedade.
Não é difícil perceber considerando, não somente o dano direto sobre aquele que é “dependente” porque consumidor, mas também pela quantidade, a facilidade de acesso ao consumo, os efeitos sobre a saúde do consumidor-dependente, e os danos que acontecem nas famílias, no trabalho, no trânsito. Em síntese os danos são enormes em diversos níveis da sociedade.
Também não se pode dizer que o alcoolismo seja dependência típica da juventude, porque se trata de uma minoria, mas esta minoria encontra hoje incentivos e ocasiões novos (inclusive dentro do ambiente familiar). O fato é que o adolescente não deve consumir álcool uma vez que o sistema nervoso esta ainda em desenvolvimento.
Em vista de uma saúde integral do adolescente uma condição preliminar não deve faltar, isto é, colocar-se em uma profunda e sincera atitude de buscar o bem verdadeiro dos adolescentes e de querer este bem diante de Deus, na oração quotidiana e oferecer uma proposta cristã autêntica. A acolhida, o desejo de compreensão devem sempre ser testemunhados com caridade e doçura, buscando favorecer sempre as razões que acompanham as propostas, mas tudo isto não deve significar espírito de acomodação, ou de laxismo.
Se supõe um sujeito consciente e livre, que seja chamado ao sentido da responsabilidade, e se supõe alguém no qual se deva prestar contas: pode ser antes de tudo o próprio sujeito-agente (responder a si mesmo ou a própria consciência) ou o superior (pais, responsáveis, educador…) ou a Deus, enfim, se supõe uma ação realizada em estado de consciência e que seja de relevante conteúdo e consequência.
A tarefa do adolescente está em saber descobrir com verdade e segurança, como melhor acolher o bem através das ações e das escolhas boas, para viver a plenitude da vida. Isto é, ser responsável.
A responsabilidade é cheia de esperança, move-se da convicção, que a vida é dom contínuo, fonte de amor, porque procede do amor; o dom de Deus é capaz de unir vida e amor, e nos consente, seguindo o destino da vida, isto é, aspirar a plenitude, assumindo a própria vida como tarefa. Responder ao dom da vida com o dom de si, nisto consiste a responsabilidade. Não é a responsabilidade do medo, mas a resposta do amor ao amor, é graça recebida que aspira se tornar dom.
Por isto no expor a proposta cristã ocorre nutrir os nossos programas de palavra de Deus e oferecer bem o ensinamento sobre a figura de Cristo. Os adolescentes buscam pontos de referimento, ele mesmo tem um referimento que é vital, que pode ser sentido e tocado com as próprias mãos que é aquele da Pessoa de Cristo.