O maior Mandamento

31 outubro, 2021

Juliano Nascimento I “Tu não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12,34b).

A Liturgia da Palavra deste 31º Domingo do Tempo Comum nos faz refletir em como devemos proceder para alcançar o Reino de Deus, Reino este que já é uma realidade em nosso meio na pessoa de Jesus Cristo, e que tanto almejamos, enquanto passageiros nesta terra, como morada eterna. Na narração do Evangelho, Jesus aponta o verdadeiro e mais precioso caminho para chegar ao desejoso prêmio: Amar a Deus de todo o coração e o próximo como a nós mesmos (cf. Mc 12,30-31). Assim, mostra que o caminho a ser percorrido para ter o Reino de Deus entre nós e como feliz moradia prometida por Cristo no céu (cf. Jo 14,1-3), é o caminho do amor, a caridade, que deve ser a base de todas as nossas ações neste mundo terreno para alcançarmos ambos os objetivos.

É o amor, como apresentado também na Primeira Leitura (cf. Dt 6,2-6), o maior mandamento para uma vida reta e na presença de Deus. Moisés alerta o povo de Israel a permanecer na fidelidade do cumprimento do amor de Deus durante toda a vida (cf. Dt 6,2). Com isso, a maior lei e mandamento deixados por Deus ao seu povo é a lei do amor e, todos nós batizados em Cristo, fazemos parte deste povo eleito por Deus. Por isso, o Temor a Deus – um dos dons do Espírito Santo – apresentado por Moisés, é um dom de obediência, de seguimento e de entrega ao projeto de Deus para uma vida santa que ganha o Reino de Deus.

Esta vida santa, obediente e de entrega na caridade é possível e todos nós somos chamados a vive-lá. Em nossa Igreja há diversos exemplos de seguimento a Deus e a Cristo na caridade, como Santa Teresa de Calcutá: uma mulher que se “abandonou” ao propósito de Deus para sua vida e viveu praticando o bem, o amor, a todos os necessitados e empobrecidos nas localidades que passava, e que foi declarada santa por seu grandioso amor as causas do Reino no serviço ao próximo.

Santa Dulce dos Pobres, o Anjo Bom da Bahia, outra mulher que teve como missão ajudar os mais carentes de seu tempo, não media esforços para auxiliar os que a procuravam, e era para todos um exemplo do mais puro amor doado ao próximo. Um outro exemplo é o de São Francisco de Assis, homem que amou tanto a Deus que abandonou todos os seus bens para viver em favor dos mais sofredores da sociedade.

A Carta aos Hebreus afirma (Hb 7, 23-28 – 2ª Leitura) que Cristo se ofereceu como sacrifício legítimo em favor dos homens, ou seja, Ele ofertou sua vida em favor da remissão dos pecados da humanidade para garantir aos homens vida nova. E é este mesmo gesto de doação, de entrega, ao próximo que Ele quer de cada um de nós (cf. Jo 13,12-17). Assim como Cristo se fez presente na vida do marginalizado, do sofredor, do empobrecido, do esquecido, do abandonado (cf. Mt 25,35-45), as santas e o santo citados acima, também fizeram presença de amor na vida destes e deve ser assim o nosso proceder: devemos ser presença viva e constante na vida dos sofredores, sejam esses sofrimentos do corpo ou da alma. É fundamental uma fé viva e eficaz na caridade.

O Apóstolo São Tiago escreve a respeito de uma fé viva e caritativa (cf. Tg 2,17-18), ou seja, é preciso transformar a fé, o amor a Deus e ao próximo, em obras concretas, em gestos concretos. Uma fé sem obras é uma fé morta, escreve o Apóstolo em sua carta. Assim sendo, o amor é manifestado na vida do outro com bons gestos de amor e solidariedade. Sim! O caminho a ser percorrido é extenso e cheio de fadigas, mas é necessário percorrê-lo para alcançar a glória eterna, o Reino de Deus (cf. Mc 12,32-34). Ninguém conquista o céu sozinho, sem passar pela vida do outro.

É no Salmo Responsorial que encontramos a resposta para suportar todas as dificuldades da vida no amor, pois é no amor e fidelidade a Deus que encontramos fortaleza, refúgio, proteção, abrigo e forças para não desanimar ou desistir de caminhar (Sl 17). Que a exemplo do salmista possamos depositar nossa confiança na Palavra de Deus, que é sustento na caminhada. Tenhamos a consciência de que é o amor e no amor a Deus e ao próximo que alcançaremos o tão sonhado e almejado Reino de Deus no meio de nós. Desta maneira poderemos ouvir: “tu não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12,34), isto é, a minha vida é baseada no amor a Deus e ao próximo na doação fraterna e amorosa às suas necessidades e anseios.

Portanto, meus irmãos e irmãs, tenhamos um coração generoso, amoroso e acolhedor assim como o de Jesus, para desfrutar das maravilhas do Reino de Deus já aqui nesta vida terrena e um dia na presença d’Ele em definitivo. Assim seja, amém.

Juliano do Nascimento Machado

Seminarista do 2º ano de Teologia.

Paróquia de origem: São José – Guarapari.

Paróquia de estágio Pastoral: Santa Teresa de Calcutá – Vitória.

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