Se formos olhar a história da humanidade, constataremos que o sino, antes de tudo, é um instrumento de comunicação interpessoal ou comunitário. O som do sino chama atenção do destinatário de que há algo a comunicar, algum fato que precisa da atenção dele. Historicamente, o sino é um instrumento que convoca para a reflexão, o luto, a alegria e a festa. Em muitas cidades pequenas o tocar do sino é igual de preparar-se para a celebração ou o anúncio de morte na comunidade.
Há 26 anos, o senhor Claudio Pignaton Bremenkamp, 63, toca os sinos da capela Nossa Senhora da Assunção, no interior de Santa Maria de Jetibá. Ele afirma que o toque do sino é uma prece que ele faz todo o domingo a Deus. “É uma forma de agradecer e também suplicar a Deus por tudo o que ele nos faz. Eu me emociono quando ouço o sino, porque hoje em dia é difícil ver comunidades que ainda possuem essa tradição”.
A criatividade das diversas culturas sobre este instrumento é notória. Cada povo em cada país sabe usar, com arte, o sino, seja por razões religiosas ou patrióticas. A Igreja Católica, cuja espiritualidade se expressa e é vivida em símbolos e sinais, vem usando, através da história, o sino como um convite a mística, à oração, à solidariedade e tantos outros sentimentos que surgem das criatividades e iniciativas.
“Se o sino é uma peça tão importante na comunidade, na igreja… Que ele acaba ficando para trás: uma das últimas coisas a serem lembradas na igreja é o sino. Porque eles são usados só quando precisa mesmo”, afirma o senhor Claudio Pignaton.
Os monges por exemplo se deixam guiar nos momentos de parada para o silêncio orante ou a oração comunitária. As catedrais e igrejas a convocarem os fiéis para a Celebração dos Santos Mistérios, a comunidade a expressar sua alegria pelo nascimento de novos cristãos. Por muitas vezes a Igreja convida as pessoas por ocasiões de sofrimento e solidariedade, assim através das baladas dos sinos os momentos são marcados e levam os fiéis a rezarem.
O que é um sino?
Sino: do latim signum, sinal; instrumento de bronze com a figura de um vaso cônico (diz-se obcônico) invertido, que produz sons que podem ser mais ou menos fortes, agudos ou graves, afinados em diferentes notas musicais dependendo do diâmetro de sua boca e da espessura de sua bacia. Esses sons podem ser obtidos por intermédio de peça sólida, badalo, quando percutido em sua parte interna, ou por martelo, quando percutido em sua superfície externa; há outras referências na literatura e em documentos de época sobre a existência de sinais sem, necessariamente, a referência aos sinos.
O responsável pela fabricação do sino é um artesão geralmente denominado de fundidor, ou ainda mestre fundidor; mas também pode ser chamado de sineiro. A ele cabe determinar as dimensões, o formato, a sonoridade e demais características do sino. Todos esses elementos incidem sobre a afinação do sino.
Sinos eletrônicos nas Igrejas
Os tradicionais instrumentos de bronze estão sendo substituídos pelos eletrônicos. São muitas as razões da troca que passam pelo viés econômico, pela estrutura da igreja, pela opção do padre e da comunidade e, até mesmo, pela variedade de música oferecida pelo eletrônico. Independente do motivo, a mudança adquire também caráter simbólico: é um pouco de modernidade entrando nos templos religiosos.
Colocados no alto das torres das igrejas, normalmente, são acionados através de uma corda presa no pêndulo, com cumprimento suficiente para tocar o piso do templo. Com os eletrônicos podem ser colocados em qualquer local, pois são equipamentos semelhantes a um aparelho de som. Após programados, são capazes de tocar de quinze em quinze minutos, a cada uma hora ou qualquer que seja o intervalo de tempo determinado pelo padre.