Na Exortação Apostólica do Papa Francisco, Evangelii Gaudium, no qual o Pontífice fala sobre a dimensão existencial da missão: “Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas. Está na ordem do ser. É existencial, identidade, essência e não se reduz a algumas horas do dia. (…) Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão”.
Vicariato para Comunicação: Como o senhor acolhe esse pedido de missão do Arcebispo?
Padre João Marcelo dos Santos: Recordo, que no mês de outubro, mês dedicado às missões o padre Jorge, Vigário Geral da nossa Arquidiocese de Vitória em reunião na Área Pastoral Benevente falou do pedido do Arcebispo dom Dario, sobre a possibilidade de algum padre se disponibilizar para um tempo de missão em alguma diocese necessitada de sacerdotes! Dom Dario estava colocando em prática aquilo que pede o santo padre, o Papa Francisco: “generosidade dos bispos para com as Igrejas e as regiões menos desfavorecidas da presença missionária”. Diante desse apelo eu me coloquei à disposição da Igreja, se fosse da vontade de Deus e da Arquidiocese eu estaria disposto a dar um tempo da minha vida, do meu sacerdócio, enviado como igreja. Portanto, acolhi com liberdade e generosidade ao chamado, mesmo não conhecendo nada da realidade da Diocese para onde vou. Mas, irei com simplicidade, de alma e coração abertos para ajudar, servindo, aprendendo, amando fazendo as vezes do Cristo Bom Pastor junto aquele povo, pelo qual já rezo e amo mesmo sem conhecer! Sei que é uma realidade diferente da nossa, mas confio N’Aquele que chama, capacita e envia: Jesus Cristo.
Vicariato para Comunicação: É costume na Igreja entre as dioceses essa ajuda missionária, sobretudo onde existe mais necessidade. Neste tempo, a Arquidiocese de Vitória tem olhado muito para a Amazônia, e os bispos da região estão pedindo ajuda devido à carência de padres e missionários. O senhor já conhece a realidade de missão? Quais são as suas expectativas?
Padre João Marcelo dos Santos: Não conheço nada, depois que o Arcebispo me disse onde seria, fui procurar algumas informações sobre a diocese e à região, será algo completamente novo! Espero corresponder às necessidades da Igreja local, Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia. Quanto às expectativas eu não estou criando-as muito! Eu estou num momento muito feliz da minha vida! Amo a paróquia Nossa Senhora dos Navegantes aqui em Meaípe, Guarapari. Estou e sou feliz aqui, vou no desejo de fazer uma experiência missionária que acredito vai enriquecer o meu ministério: é diferente falar de missão e fazer a experiência de missão! Não é o objetivo primeiro, mas acredito que ao me doar serei feliz!
Vicariato para Comunicação: Como o senhor vê essa presença da Igreja de Vitória no âmbito missionário?
Uma Igreja em missão
O Projeto Igreja Irmã foi criado pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no final do ano de 1972. No início de 1972, a Arquidiocese de Vitória assumiu o Projeto com a Prelazia de Lábrea, como consta no Livro tombo desta Prelazia. Ou seja, neste ano de 2020 completaram-se 48 anos desta fraterna relação entre a Prelazia de Lábrea e a Arquidiocese de Vitória. Ao longo destes anos, aconteceram diversas visitas e diálogos entre os bispos anteriores da Arquidiocese e da Prelazia, bem como mudanças na dinâmica do Projeto visando ampliar e qualificar sua ação. No Brasil, há uma pluralidade de iniciativas missionárias que exigem um trabalho missionário com fios condutores comuns a fim de crescermos na comunhão missionária.
Com a chegada de Dom Dario Campos, a Arquidiocese de Vitória também assumiu como Igreja-irmã a Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia, no sul do Pará. Atualmente, o Padre Alessandro Chagas também se encontra nesta missão. A nossa Arquidiocese tem trabalhos missionários fora dos limites territoriais em duas Dioceses Irmãs, tanto com o envio missionário em alguns meses durante o ano, como também com presença contínua de missionários partilhando da vida de comunidades e trabalhando pela evangelização.
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