Pastoral Carcerária retoma trabalhos

30 agosto, 2021

No último sábado (28) aconteceu um encontro de formação com os agentes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Vitória – no Centro de Pastoral da Paróquia Santíssima Trindade, em Cariacica – com o objetivo de reciclar aqueles que já atuam neste trabalho pastoral. Além disso, foi um momento para marcar o reinício dos trabalhos, pois desde o início da pandemia este deixou de ser realizado para preservar a vida dos próprios agentes e dos detentos.

Segundo Rosemere Smarzaro Atalaia, que é Coordenadora Arquidiocesana da mulher em situação de prisão e LGBTQIA+, participaram 25 agentes; padre Vitor Noronha, que assessorou o encontro; Gilmar Ferreira de Oliveira, Coordenador Arquidiocesano dos Direitos Humanos e o Assessor Jurídico da Pastoral Gilvan Vitorino da Cunha Santos: “foi um encontro de formação devido ao longo período de afastamento que estamos tendo por causa da pandemia. É necessária uma reciclagem diante do retorno, pois ficamos um período longo sem nenhuma formação e achamos necessário”.

Na palestra do Padre Vitor Noronha ele falou sobre a espiritualidade da Pastoral Carcerária, iniciando o momento orante a partir de Ezequiel 37, meditando sobre a ação do Espírito Santo de Deus nos ossos secos que vai reunindo, dando vida, a partir do espírito vivificador: “teremos um próximo encontro para novos agentes, mas fizemos este encontro no sentido de reunir novamente, juntar esses ossos, sabendo da nossa pequenez, da nossa fragilidade, mas que por meio do Espírito Santo de Deus a gente ganha carne, corpo, nervos. Somos animados por esse mesmo espírito e, portanto, temos à disposição de servir a Deus na pessoa dos nossos irmãos encarcerados”.

A palestra central teve o tema: ‘Estive preso e viestes me visitar’, a partir do evangelho de São Mateus e do magistério do Papa Francisco e padre Vitor destaca que através deste texto trabalhou a centralidade dos pobres na perspectiva da revelação de Deus: “Então Deus quis se manifestar, quis permanecer presente no meio de nós por meio dos últimos. De fato, o agente da Pastoral Carcerária é aquele que vai ao encontro de Jesus na pessoa do preso e não deve existir uma mentalidade da nossa parte somente no sentindo de ‘eu vou levar Jesus para o apenado’. Claro que isso está presente, mas de forma especial nós que vamos encontrar o Senhor. E isso é importante, pois faz parte da espiritualidade desta pastoral”.

O novo sacerdote também enfatiza que neste tempo que a Igreja ficou ausente dos presídios, houve uma saudade no coração dos detentos e que a presença da Pastoral Carcerária também é importante por ser um instrumento de segurança para os irmãos que estão presos: “agora que estamos voltando percebemos o carinho, as pessoas choram por este afeto que eles esperam de nós e ao mesmo tempo a gente sabe que a ausência da pastoral carcerária no sistema penitenciário significa também abusos e as vezes até torturas. A pastoral carcerária tem essa função da defesa da dignidade humana”.

Rosemere explica que a assistência religiosa nos presídios ainda não foi retomada de forma completa, pois nem todos os agentes e apenados foram vacinados. Um segundo ponto é que estão aguardando a liberação da Arquidiocese, uma vez que tem alguns ajustes foram solicitados a Secretaria de Justiça do Estado.

“Teremos em breve uma formação para novos agentes, que se interessem a atuar na pastoral. Temos muitas unidades sem assistência religiosa como CDP em Viana, a Média 2 de Viana, a maioria do Complexo Penitenciário de Xuri e a gente gostaria muito que as pessoas viessem servir conosco. Infelizmente não temos pernas para todos”.

Atualmente a Pastoral Carcerária possui uma coordenação Colegiada na Arquidiocesana de Vitória. A coordenadora Arquidiocesana é Maristela Azevedo Leal; a Coordenadora Arquidiocesana da mulher em situação de prisão e LGBTQIA+ é a Rosemere Smarzaro Atalaia e Gilmar Ferreira de Oliveira é o coordenador Arquidiocesano de Direitos Humanos.

 

 

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