São mais de1.000 livros, cada um com cerca de 400 páginas e cada página possui de 2 a 4 registros de batismo e casamento. Isso é parte do arquivo disponível na Mitra Arquidiocesana de Vitória para quem quer pesquisar sobre história familiar ou adquirir documentos que confirmem o recebimento de sacramentos na Igreja Católica.
Tudo está disponível em formato digital, mas o acesso só é possível na intranet do Cedoc, Centro de Documentação da Arquidiocese de Vitória, com visita agendada ou pelo telefone (27) 3025-6275 ou pelo email [email protected]. Esta é uma forma de respeitar a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), aprovada em 2018 que começou a valer em agosto deste ano (2020).
A LGPD pretende levar empresas e entidades à responsabilidade de requererem das pessoas apenas os dados necessários ao exercício de sua função e, também, a administrarem esses dados segundo a Lei. No processo de adequação a Mitra Arquidiocesana de Vitória empenha-se para oferecer à sociedade dados importantes sempre de acordo com a LGPD.
Processo para pesquisar
A pesquisa quanto aos imigrantes italianos e alemães pode ser realizada através da conjugação de fatores levados por quem busca a informação (ano de entrada no Brasil, região por onde chegou e data de chegada), ou seja, a busca é realizada com base geográfica e cronológica. Com esses dados, explica Giovanna Valfré, coordenadora do Cedoc, é possível encontrar o livro digitalizado com o registro da época e nele minuciosamente procurar o nome da família. Ainda segundo Giovanna os livros mais recentes já têm um sumário que é feito pelas paróquias e isso facilita muito as buscas, já os mais antigos exigem maior atenção para entender a linguagem e a caligrafia da época.
Motivos das pesquisas
As pessoas pesquisam nos livros quando querem resgatar a história familiar, documentos de antepassados na maioria das vezes para conseguirem cidadania italiana ou alemão, mas existe também uma demanda por registro de batismo em vista de casamento ou para ser padrinho ou madrinha de alguém.
Em ordem de mais para menos, Giovanna assim hierarquiza os motivos das pesquisas:
1- Imigração italiana
2- Registros de batismo, casamento e crisma para sacramentos (para a pedido a casar na igreja ou ser padrinho/madrinha de batismo
3- Fotografias antigas para trabalhos acadêmicos e para ilustrações em reportagens e matérias jornalísticas
3- Livros administrativos (Tombo, Visitas Pastorais entre outros) para trabalhos acadêmicos e fieis que desejam conhecer a história da sua paróquia;
4- Arquivos referentes aos primeiros bispos do ES para trabalhos acadêmicos.
Por que a Igreja possui essas informações?
Grande parte da imigração italiana e alemã, que aconteceu no Séc. XIX, veio para o Espírito Santo, ocupando as regiões mais frias como Sta. Teresa, Domingos Martins e Alfredo Chaves. Essa população era em sua maioria católica e os registros da vida que ficaram são os de casamentos e batismos, porque não existiam cartórios. Estes surgem após a Proclamação da República. Por isso, essas informações se tornam raras e importantes. Apenas a Igreja as possui.
Dica
Para quem não sabe a data da chegada dos parentes é possível consultar o Arquivo Público que disponibiliza os dados da chegada e as regiões para onde iam os imigrantes. Com isso é possível encontrar os registros no Centro de Documentação.