Pobreza e Desnutrição: ainda uma triste realidade

17 novembro, 2020

Roger Bongestab

Médico Cirurgião Geral e Nutrólogo

(CRM-ES:9827, RQE:7324 / 7889)

Nesta semana, a Igreja faz sua reflexão sobre os pobres. Dentro da Nutrologia, a pobreza vem cercada de deficiências nutricionais, em decorrência da escassez de bons alimentos no dia-a-dia das pessoas acometidas por esta desigualdade de distribuição de renda ao redor do mundo.

Denutrição é um termo que significa nutrição inadequada, podendo ser a hiponutrição ou a hipernutrição. Porém, convencionaremos aqui como sendo, conforme entendimento leigo, a desnutrição equivalendo-se à hiponutrição.

Alimentos ricos em proteínas são caros, como carnes, laticínios e ovos. Em contrapartida, temos os carboidratos como os mais baratos, tais como as farinhas de trigo e de milho. Sendo assim, os pobres tendem a receber diariamente uma ingestão de carboidratos que supera a proporção recomendada, gerando ganho de massa de gordura, com perda de massa muscular e enfraquecimento ósseo. Isso, muitas, vezes, faz com que haja queda da imunidade e da resistência física. Dessa forma, ficam, susceptíveis a doenças físicas.

As carências de micronutrientes, que são os minerais e vitaminas, manifestam-se com anemias, fraturas ósseas e dentárias, cansaço crônico, fragilidade de unhas e cabelos. Em casos mais acentuados, pode-se ter alterações neurológicas irreversíveis, com perda de algumas funções cognitivas e motoras.

Já as carências de macronutrientes, como as proteínas e boas gorduras, especialmente em crianças, leva à baixa estatura, alterações na arcada dentária e arqueamento de ossos, ou seja, deformidades ortopédicas, bem como atraso do desenvolvimento cognitivo e motor, com sequelas ad eternum. A famosa “barriga d´água” é um exemplo de carência de proteínas, que gera acúmulo de líquido dentro do abdome.

Precisamos conscientizar a sociedade de que a pobreza vai além da falta de recursos financeiros, chegando a criar sequelas físicas e emocionais, como as supracitadas. Rezemos pelos pobres. Ajudemos com a caridade e com o trabalho social a diminuir as desigualdades, combatendo à fome. Apoiemos a Igreja Católica, que é provedora de diversas campanhas e obras assistenciais, junto às paróquias e arquidioceses espalhadas pelo mundo.

Lembremos que a messe pode ser grande se semearmos a caridade; mas, para isso há necessidade de braços. E você, que o que tem feito de caridade aos pobres? Estenda seus braços a eles. Ore por eles, e para que Deus possa tocar o coração de todos nós a ajudá-los de alguma forma.

Boa semana de reflexão a todos!

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