Preservação de documentos históricos na Arquidiocese

26 outubro, 2020

Em 2005 foi criado na Arquidiocese de Vitória o Centro de Documentação (CEDOC). Antes dele o que existia era um arquivo histórico onde eram guardados os livros mais antigos, porém a história da Igreja não é recente, pois ela está presente do estado desde 1535 e por esse motivo muitos documentos foram para Portugal, Bahia e Rio de Janeiro, consideradas dioceses mães da nossa Arquidiocese.

Com a criação do CEDOC essa documentação passou a ficar centralizada num único e adequado local para que haja preservação da história e da memória, além de facilitar a pesquisa. Segundo a Coordenadora do CEDOC, Giovanna Valfré é, o local foi criado para “preservação acima de qualquer coisa e para que não perdêssemos mais informações para que todos os livros e documentos que a Arquidiocese guarda fossem preservados e organizados no acervo”.

A coordenadora do Centro de Documentação compara o processo de reparo feito nos documentos a uma consulta médica “é como se uma pessoa chegasse num centro de saúde” diz Giovanna, “pois quando um documento novo chega ao local ele passa por um diagnóstico que demonstra o estado atual do documento, se ele tem ataque de broca, se ele tem ataque de cupim, se ele tem páginas rasgadas ou perdidas” além de outras informações.

A partir desse diagnóstico é que será decidido se esse documento entrará para o acervo, porém antes de ser catalogado o livro passa por um processo de desinfecção e entra em quarentena de 21 dias para desinfecção. O reparo que é feito tem o objetivo de alinhar o livro e matar os focos de traças. Toda a manutenção é feita numa sala chamada de processamento técnico.

No diagnóstico a equipe do CEDOC decide, de acordo com as condições do livro, se ele poderá ser manuseado por terceiros ou somente por profissionais do Centro. Caso ele não possa ser manejado por questões de desgaste, somente a pessoa que faz a manutenção de 6 em 6 meses é que poderá tocar nele.

Todos os livros são fotografados, página por página, em equipamento apropriado e só depois disso eles são disponibilizados para pesquisa em arquivo digital, pois o arquivo físico não pode ser disponibilizado a fim de evitar outros danos aos livros já que a maior parte dos documentos são muito antigos e já sofrem com o desgaste do tempo.

O que pouca gente sabe é que também existe um arquivo com 12 mil fotografias antigas catalogadas e indexadas. Elas também estão em arquivo digital e as pessoas que “geralmente procuram são para trabalhos acadêmicos, as vezes jornalistas que, por exemplo, falarão sobre a visita do papa no jornal de domingo e etc”.

Outros pesquisadores que costumam buscar por fotografias são aqueles que pesquisam sobre as comunidades de base na Arquidiocese, já que aqui foi referência nesse assunto.

Curiosidade

1- Por que alguns livros são chamados de Livros Cartoriais?

Isso se dá, pois até a proclamação da República não havia cartórios no Brasil e a Igreja registrava as pessoas através dos sacramentos. Certidões extraídas desses livros (antes de 1899) têm valor de cartório.

2- Giovanna conta que entre os livros disponíveis no Centro “estão os de batismo, casamento, crisma, óbitos, visitas pastorais, entre outros. De 1821 para cá.”

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