Hoje, 05 de setembro, a Igreja celebra Santa Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias da Caridade e defensora da família e dos pobres. Agnes Gouxha Bojaxhiu – que se tornou madre Teresa de Calcutá – nasceu em 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, de pais albaneses. Desde doze anos foi convencida de sua vocação religiosa e atraída por obras missionárias dedicou toda sua vida aos mais necessitados.
Desde 2017 a Arquidiocese de Vitória tem uma paróquia dedicada a Santa Teresa de Calcutá, que tem sua Igreja Matriz no bairro Itararé, na capital. São 10 comunidades que pertencem a paróquia localizada em uma região histórica – conhecida como Território do Bem – abrangendo o Morro de São Benedito, Morro do Jaburu, Bairro da Penha, Engenharia e Gurigica.
O pároco padre Kelder Brandão explica que Dom Luiz Mancilha Vilela criou essa paróquia após uma visita pastoral em que ficou muito sensibilizado com a região, constatando que era um território de missão devido a grande fragilidade que havia na vida do povo de lá. As Irmãs Missionárias da Caridade – conhecidas como irmãs de Calcutá – já realizavam um trabalho missionário há mais de 30 anos na localidade e por este motivo, Santa Teresa foi escolhida como padroeira da paróquia.
“Nós estamos inseridos em uma região que é criminalizada diuturnamente pelo poder público e pela sociedade que olha para essa região como um lugar de bandidos. São recorrentes as ações da polícia aqui no território que são violadoras de direitos dos cidadãos. Constantemente a polícia tem conflito com a comunidade por conta da forma agressiva e truculenta que age. São muitos os desafios que as comunidades enfrentam no dia-a-dia”, ressalta padre Kelder.
Ainda segundo a pároco, a comunidade está exposta a violência tanto dos governantes quanto do tráfico que tem uma incidência muito grande na vida das famílias da região e nas comunidades: “Se não todos, mas a maioria dos membros das comunidades, tem familiares envolvidos com o tráfico de drogas. Porque a ausência do poder público e das instituições ao longo da história foi tão grande que deixou um hiato, um vazio que foi ocupado pelo tráfico de drogas. Aqui a gente só colhe todos os dias a violência que é produzida pelo tráfico de drogas com a complacência da sociedade”.
Na preparação para a celebração da festa da padroeira, as comunidades da paróquia já realizam há 3 anos uma peregrinação pelas comunidades em uma onzena com as relíquias de primeira grandeza de Santa Teresa de Calcutá – como gotas de sangue e mechas de cabelo – que pertencem as Irmãs Missionárias da Caridade. Padre Kelder ressalta que dessa forma vai existindo uma integração entre as comunidades, diminuindo a tensão e o medo entre os moradores dos bairros vizinho e empoderando as pessoas.
Porém neste ano, em função da pandemia, a peregrinação não está acontecendo pelas ruas das comunidades à noite e todas as celebrações dos últimos dias estão sendo realizadas na comunidade matriz com uma comunidade fazendo a motivação litúrgica a cada dia. A missa de encerramento da festa da solenidade será realizada neste domingo (06) às 8h. Tudo está sendo transmitido pelas redes sociais da paróquia: https://www.facebook.com/pcalcuta/ e https://www.instagram.com/pcalcuta/
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De acordo com o pároco, as pessoas também podem participar presencialmente das celebrações na Igreja Matriz seguindo as normas para prevenção do coronavírus – como uso de máscara e higienização das mãos. Duas pessoas ficam nas portas do templo higienizando as mãos de quem chega. Na distribuição da eucaristia as mãos também estão sendo higienizadas e os ministros vão até os fiéis nos bancos. A Igreja comporta cerca de 150 pessoas e a média de pessoas nas celebrações está entre 60 e 80. Na lembrancinha que será entregue aos fiéis após o encerramento das festividades está um kit contendo um vidrinho com álcool e também uma máscara personalizada com a logo da paróquia, ressaltando o cuidado que deve existir neste ano com a preservação da saúde de cada pessoa e também do irmão que está próximo.