Santas assassinadas

6 julho, 2020

No mês de julho, exatamente no dia 6, a igreja celebra Sta. Maria Goretti. Uma menina de 11 anos, assassinada enquanto resistia a uma tentativa de estupro. Um caso de violência dentro de casa, embora o assassino não fosse parente. Após a morte de seu pai, a família da santa dividiu a casa com outra família que tinha um jovem de 20 e passou a assediá-la. Perante a resistência, um dia ele a esfaqueou com 11 golpes de faca.

 

Um caso semelhante a tantas histórias que escutamos ainda nos dias de hoje, quando homens se julgam no direito de possuírem mulheres sem o consentimento delas ou as violentam por se julgarem seus donos. Histórias que muitas vezes parecem irreais de tão desumanas e muito tristes de tão violentas.

 

Mas, o que fez de Sta. Maria Goretti santa, foi o amor que ela sempre demonstrou a Deus e a forma como se dedicou à família nos poucos anos de vida. Sua fé era tão grande que no leito de morte perdoou seu assassino e desejou que ele fosse para o céu. Seu testemunho e sua oração converteram, mais tarde, o assassino arrependido.

 

Outras santas da Igreja, martirizadas por professarem sua fé, também foram vitimadas por recusas ao casamento e por fazerem voto de castidade, como Sta. Ágata (5 de fevereiro), Santa Olívia (10 de junho), Sta. Filomena (10 de agosto), Sta. Bibiana (2 de dezembro). Outras foram denunciadas por serem cristãs, mas as denúncias foram feitas por homens a quem haviam se recusado, como Sta. Luzia denunciada pelo noivo rejeitado (13 de dezembro).

 

Outras ainda tinham a violência sexual como forma de humilhação antes do martírio, como Sta. Irene, levada a um prostíbulo para ser violentada antes de morta (5 de abril) e Sta. Bárbara, que foi exibida nua para a multidão, antes de ser assassinada (2 de outubro).

 

Contrapondo-se a estas santas martirizas e vitimas de violência sexual, outras duas santas tiveram experiências diferentes: Sta. Catarina da Suécia (24 de março) e Sta. Cecília (22 de novembro), cujos maridos aceitaram seus votos de castidade e conviveram com elas como irmãos.

 

No Brasil, duas beatas foram martirizadas por recusarem o assédio, Albertina Berkenbrock (15 de junho) e Lindalva Justo de Oliveira (9 de abril).

 

A Beata Maria Albertina foi assassinada aos 12 anos, idade próxima à de Sta. Maria Goretti e também por ter resistido a uma tentativa de estupro e, a Beata Lindalva, uma religiosa (freira) da Congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Lindalva desenvolvia sua missão no Abrigo Dom Pedro II, em Salvador e era encarregada do serviço aos homens idosos ou doentes. Foi assassinada por um deles porque resistia aos seus assédios.

 

Está prevista para 21 de outubro a beatificação de outra brasileira, Benigna Cardoso da Silva, que também resistiu às agressões sexuais de um adolescente.

Mas o que fez de todas elas santas ou beatas foi o comportamento que levaram, o amor a Deus e o desejo de uma entrega total e doação aos mais necessitados.

Até hoje adolescentes mulheres sofrem por situações semelhantes, submetidas a relacionamentos forçados e expostas apenas por serem mulheres. A liberdade com o próprio corpo e as decisões por uma escolha de vida na igualdade ou mesmo a opção por romper relacionamentos que não fazem bem, muitas vezes não são respeitadas. Muitos homens ainda tentam impor suas vontades considerando a mulher como posse sua ou até apenas um objeto.

 

No Espírito Santo, a média de agressões diárias a mulheres, entre elas o estupro, é de 51. Até março deste ano 813 pedidos de medidas protetivas foram registrados na Secretaria de Proteção à Mulher. As estatísticas assustam:

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Município     Boletim de Ocorrência    Medida Protetiva

Vitória                              56                             33

Vila Velha                        154                             116

Serra                                156                              82

Cariacica                         124                              46

Guarapari                         79                              33

Viana                                 24                            15

PEM (Plantão Especial da Mulher) 382            207

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Unidades especializadas para registro de ocorrências:

  •  Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam) – das 8h às 18h. Telefone (27) 3227-9410. Av. Nossa Senhora da Penha, 2.270 – Santa Luíza – Vitória.
  •  Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, das 8h às 18h

 

Nos municípios em que não existem secretarias especializadas as ocorrências podem ser registradas na delegacia mais próxima.

 

Que Sta. Maria Goretti proteja as mulheres!

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