Seminaristas durante a pandemia

28 abril, 2021

Momento de oração dos Seminaristas que passam a quarentena no Seminário.

Um ano após o início da pandemia e, novamente, somos obrigados a nos manter reclusos, a fim de evitar o contágio do coronavírus. Uma vez que as alegrias e tristezas do homem de hoje são as mesmas dos discípulos de Cristo, (cf. Gaudium et Spes 1), o Seminário – lugar da formação, aperfeiçoamento e configuração a Jesus Cristo – também se inseriu nessa necessidade do tempo presente.

Assim que as novas orientações restritivas foram propostas, em especial, o direcionamento do Arcebispo Metropolitano Dom Dario Campos, os seminaristas foram dispensados de suas pastorais, a fim de vivenciarem esse difícil momento da pandemia, de maior contágio e letalidade entre os jovens, juntamente à família.

Como toda a Igreja, houve a necessidade de readaptação da vida seminarística, normalmente regulada por horários de oração, estudo e trabalho. Agora, longe da estrutura ideal para a formação, os seminaristas que preferiram retornar aos seus lares, relatam um pouco dessa experiência.

Seminarista Arthur Cristo e sua família.

O seminarista Arthur Cristo da Silva (1º ano de Teologia) percebe um lado positivo e outro negativo em vivenciar esse novo momento: “Bom, na medida em que temos a oportunidade de estar com a família. Por outro lado, ruim, pois nos obriga a uma rotina diferente da do Seminário”. Afirma ainda que notou uma diferença no modo em que a sociedade está reagindo ao novo fechamento: “Neste ano, temos levado a pandemia de modo menos desesperador, sem muitos excessos, como ocorreu logo no início, uma vez que a dinâmica para lidar com o vírus ainda era coisa desconhecida”. Essa observação também foi feita por Lucas Saraiva, que cursa o 3º ano de Filosofia, que vê uma “maior calmaria para lidar com a conjuntura”.

Seminarista Rhandeo Rigo Chagas acompanhado de sua família.

Acerca dos estudos, o Seminarista do 1º ano de Filosofia, Rhandeo Rigo Chagas relatou: “embora não seja o mesmo ritmo do seminário, até mesmo por estar na casa dos pais, tento assemelhar à disciplina do seminário”. Rhandeo acaba de iniciar os estudos filosóficos, isto é, somente um mês após chegar ao Seminário, já teve de retornar à família: “Acabei ficando apenas um mês no seminário, então, devido a este curto período de tempo lá, ainda carrego a ansiedade de certas novidades. Além disso, a ausência da pastoral, que foi bastante esperada por mim no Propedêutico -ano inicial da formação-. Também a vivência do seminário, poder dialogar e conhecer melhor os colegas que estão nas outras etapas da formação.”.

Seminaristas que passam a quarenta no Seminário celebrando o último Domingo de Ramos.

O seminarista Marwin Amaral Martins (1º ano de Teologia), foi um dos que permaneceram no Seminário. Lá a rotina se mantém, na medida do possível, cumprindo-se todos os cuidados e protocolos para evitar a proliferação do vírus. Com aulas online transmitidas por plataformas online e com número reduzido de colegas, Marwin relata que, embora não tenha dificuldades em manter-se isolado, sente-se um tanto ansioso por sabe que as atividades corriqueiras internas e externas estão suspensas.

Como toda a sociedade que, em grande parte, permanece em suas casas sem as interações do trabalho e vida social, os seminaristas foram questionados sobre o que mais sentem falta. Arthur disse que sente falta das Missas, da capela e do silêncio, bem como das aulas presenciais; Marwin acentuou a rotina que, embora existente, é incompleta, pela ausência dos demais seminaristas; Lucas Saraiva e Rhandeo, por sua vez, concordam quanto à vida no Seminário e às atividades pastorais.

O que fazer, então, quando não se está inserido naquela rotina que demarca a vida da formação? Além das leituras próprias dos cursos, o convívio familiar e as missas transmitidas, os seminaristas têm ocupado parte do tempo livre com literaturas, filmes e séries. Dentre as indicações está o filme Minari: Em busca da felicidade e o livro A Taberna Ambulante, do escritor britânico G. K. Chesterton.

Enquanto as coisas não se normalizam, cada um vai buscando manter corpo e mente sãos, vivendo a esperança em Deus de dias melhores, cuidando daqueles que estão em seu redor na Igreja Doméstica. Seja na casa dos pais ou no Seminário, os seminaristas não cessam de rezar pelo mundo, pelos que pedem orações, pelos que passam necessidades e, em especial, por aqueles que foram vitimadas pela COVID-19, rogando à Virgem da Penha para que a dor que oprime o nosso mundo seja, em breve, aliviada.

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