
Rhandeo Rigo I “Doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor” (Lc 1, 48b-49a).
Neste domingo, dia do Senhor, a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora aos céus de corpo e alma: um Dogma de Fé proclamado solenemente pelo papa Pio XII no ano de 1950. Assim estabeleceu o Papa: “[…] Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus).
Em Primeiro lugar, precisamos entender qual a diferença da Assunção de Maria, que celebramos hoje, para a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus se elevou aos céus, podemos dizer que por conta própria, ou seja, sem nenhuma força externa. Por outro lado, desde tempos remotos, a Igreja ensina que Maria foi elevada aos céus, foi assunta, ou seja, sua subida aos céus não dependeu de sua vontade ou forças, mas da vontade e poder de Deus somente; e não podia ser diferente da parte d’Ele, que durante toda a vida de Maria fez grandes coisas em seu favor.
Esta solenidade é de grande importância, inclusive a contemplamos em um dos mistérios gloriosos do Rosário, no qual rezamos meditando a Assunção de Nossa Senhora, pela qual Maria não experimenta a morte – esta, como dizia Santo Afonso de Ligório sendo a punição do pecado – trazida pelos os nossos primeiros pais, e sendo além disso isenta de uma amarga morte, proporcionada por um apego a terra, e do remorso dos pecados e da incerteza da salvação; coisa que não se encontrava em nossa Mãe Santíssima, sendo esta, pelo contrário, desapegada dos bens mundanos, em paz de consciência e com a certeza da vida eterna.
No Evangelho (Lc 1, 39-46) percebemos como realmente Maria cumpria em sua vida aquilo que disse ao próprio Deus – “Eis aqui a serva do Senhor” -, se mostrando a mulher do serviço ao próximo e indo ao encontro de sua prima Isabel, que estava grávida, passando por regiões montanhosas para auxiliá-la, visto que já era de idade avançada. E logo que chega já é saudada por Isabel, que reconhece em Maria a arca da Nova Aliança, a Mãe do Salvador; e João, que anunciaria a vinda do Messias, já demostrou desde do ventre de sua mãe a sua missão de precursor.
Por fim, é lindo ver Maria, que ao receber a saudação, e verdadeiramente tendo “o Rei na barriga”, se mostra humilde em todos os momentos, nos trazendo um belo hino de louvor, o Magnificat, que mostra que toda graça que a ela foi confiada vem do alto, vem de Deus, e nos revela um Deus misericordioso, justo e cumpridor de suas promessas.
Que, como Maria, possamos também glorificar a Deus pelas suas maravilhas em nossa vida e confiarmos em sua misericórdia e compaixão para conosco e toda a humanidade; e a Maria, nossa Mãe Santíssima, elevemos o nosso louvor com confiança, a ela que é distribuidora de toda a graça, pois de seu ventre nos veio o Salvador:
Ó dulcíssima soberana, rainha dos Anjos,
bem sabemos que, miseráveis pecadores,
não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas,
mas sabemos que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e,
no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir,
aumenta cada vez mais para conosco.
Do alto desse trono em que reinais sobre todos os anjos e santos,
volvei para nós os vossos olhos misericordiosos;
vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar,
expostos até o fim de nossa vida.
Pelos merecimentos de vossa bendita morte,
obtende-nos o aumento da fé, da confiança
e da santa perseverança na amizade de Deus,
para que possamos, um dia, ir beijar os vossos pés
e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes,
para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no céu.
Assim seja!
Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso,
que elevastes à glória do céu em corpo e alma
a Imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho,
dai-nos viver atentos às coisas do alto,
a fim de participarmos da sua glória.
Por Cristo, Senhor nosso. Amém!
Rhandeo Rigo Chagas
Seminarista do 1º ano de Filosofia.
Paróquia de Origem: Nossa Senhora da Vitória – Catedral – Vitória.
Paróquia de estágio Pastoral: Santa Rita de Cássia – Vila Velha.