Visita de Dom Geraldo e Mons. Arnóbio

18 março, 2022

“Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo” (Mt 20, 17-28).

Seguindo as comemorações dos 70 anos recebemos na última quarta-feira (16/03) a visita de Dom Geraldo Lyrio Rocha (Arcebispo Emérito de Mariana – MG) acompanhado do primeiro seminarista de nosso Seminário, Monsenhor Arnóbio Passos Cruz. Como em tantas outras ocasiões, nos alegramos com tamanha honra. Ouvir e aprender de ambos é contemplar a história viva do Seminário, que se renova através de nós.

No início do ano de 1954, o jovem Geraldo com 10 anos chegou ao Seminário. Concluiu o Seminário Menor em 1959 com a cerimônia de recepção da batina e logo foi cursar Filosofia em Belo Horizonte e Teologia em Roma. Logo após a sua ordenação presbiteral, Dom Geraldo foi nomeado diretor espiritual do Seminário Nossa Senhora da Penha, cujo reitor era o Pe. Rubens Duque, e que acolhia seminaristas que cursavam o Ensino Médio.

Trata-se de um período (final da década de 1960) na qual a Igreja passava por profundas transformações advindas do Concílio Ecumênico Vaticano II. Neste contexto eclesial de novos rumos, marcado pela insegurança e o amadurecimento, no ano de 1969, Dom João Batista colocou sob os cuidados do então jovem Pe. Geraldo a condução do processo formativo presbiteral de nossa Arquidiocese.

No tempo que compreende os dois mandatos de sua reitoria (16 anos), muitos desejavam fechar o Seminário devido a escassez de vocações. À época, por anos, o Seminário contou com apenas 01 seminarista (hoje o Pe. Jair Côco). Entretanto, Pe. Geraldo Lyrio sempre colocou-se contra a esta radical proposta, esperançoso das vocações que nasceriam como fruto do trabalho pastoral realizado nas CEB’s e considerando que este seria um erro sem precedentes que deixaria marcas indeléveis para a Igreja. Apesar das dificuldades destes tempos, mais de 21 padres foram apresentados por ele, enquanto Reitor, para a Ordenação Presbiteral.

Padre Arnóbio em seus mais de 50 anos de vida presbiteral compôs a primeira turma do Seminário Menor Nossa Senhora da Penha quando em sua fundação no ano de 1951, pelo então Bispo do Espírito Santo, Dom Luís Scortegagna. Pós graduado em Mariologia, Mons. Arnóbio atuou em diversas paróquias de nossa Arquidiocese e ocupou por anos o cargo de Chanceler do Arcebispado, professor do Instituto de Filosofia e Teologia e até hoje é diretor espiritual de nossa Casa de formação. Ao final da celebração, em suas palavras de agradecimento, emocionado o Mons. Arnóbio revelou que sua oração pessoal na Eucaristia que fora celebrada foi a de que cada um dos formadores e formandos tivessem a graça de carregar com alegria a Cruz de Cristo em nossas caminhadas vocacionais.

O Seminarista César Augusto, do 3º ano de Teologia, teceu em nome de toda a comunidade formativa algumas palavras em agradecimento a ambos:

Quid retribuam Domino pro omnibus quae retribuit mihi?

Que poderei retribuir ao senhor Deus por tudo o que me tem feito? (Sl 115)

É ao redor do altar, em meio à grande ação de graças, que podemos bem responder a esta indagação do salmista. Juntamente com o louvor prestado a Deus nesta Eucaristia, queremos render graças pelo dom da vida e ministério de dois ilustres seminaristas que passaram por essa casa, e que para nós constituem testemunho, memória viva e agradecida na celebração destes 70 anos.

Aqui, junto de nós, encontram-se:

Mons. Arnóbio Passos Cruz, testemunha e parte integrante do início daquela trajetória iniciada em abril de 1951; e depois professor, diretor espiritual, compilador e curador da história de nosso Seminário;

Dom Geraldo Lyrio Rocha, que aqui ingressou em 1954, e posteriormente contribuiu com a formação enquanto professor, diretor espiritual, reitor por dois períodos e Bispo Auxiliar.

Tais personalidades, sempre presentes e marcantes, de forma alguma poderiam ficar excluídas das comemorações jubilares. É por isso que, nesta ocasião festiva, gostaríamos, Dom Geraldo e Mons. Arnóbio, de agradecer todo serviço e auxílio, direto e indireto, que prestaram a esta casa no decorrer destes anos.

De fato, os srs., no decorrer da vida e ministério, testemunharam tempos de importantes mudanças eclesiais, tempos muitas vezes acompanhados de incertezas e desafios face às necessidades de renovação e de mudança. Eis que, mais uma vez, em atualizado contexto, somos chamados a dar respostas consistentes às novas realidades e conjunturas. Impelidos pelas exigências da evangelização, e aqui estando com o desejo de assentir ao chamado do Bom Pastor, nos recordamos do que nos ensina a carta aos Hebreus (13, 7-9): “lembrai-vos de vossos dirigentes, que vos pregaram a palavra de Deus…”.

Voltamo-nos, então, para aqueles que marcaram a história e contribuíram para formação do nosso clero, desejando que a memória agradecida que fazemos seja também ocasião de aprendizado: é por meio de nossa escuta, presença e acolhida fraterna que queremos manifestar nossa deferência para com aqueles que nos precedem na caminhada. Contando com a experiência, os ensinamentos e a presença dos srs., queremos aprender a trilhar, no tempo que se chama hoje, o caminho da doação e do serviço que configuram a resposta à vocação sacerdotal.

Sejam sempre bem-vindos a esta casa, a esta sagrada sementeira, que tem nos srs. os seus primeiros frutos. Seja a memória que ora fazemos, memória agradecida e atenta, a qual, unida à oblação do Altar, responda enfim à indagação do salmista, que nesta ocasião fazemos nossa e vossa: que poderei retribuir ao senhor Deus por tudo o que me tem feito? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor”.

Vossa história é nossa história. Muito obrigado!

Louvamos ao nosso Bom Deus e a Virgem da Penha, pela vida desses dois sacerdotes e pedimos Saúde e Paz em suas caminhadas e vocações.

“OPVS FAC EVANGELISTÆ | Faze a obra de um Evangelista”

 

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