XII Domingo do Tempo Comum

19 junho, 2022

Gabriel Viçose| A minh ‘alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus! (Sl 62)

Amados irmãos e irmãs em Cristo Jesus, que o Amor de Deus que nos purifica e dá vida esteja sempre presente em nossos corações! A liturgia deste 12º domingo do Tempo Comum nos convida a ver na vida de Jesus a promessa de salvação de Deus para cada um de nós. Na aparente contradição de sua paixão está a fonte que sacia nossa sede de Deus, expressa no Salmo 62.

Por obediência a Deus e por amor absoluto aos seres humanos, Cristo cumpre sua missão de reconduzir a criação ao projeto do Pai. Disposto a morrer, Jesus promoveu a reconciliação da humanidade com Deus durante toda a sua vida.

Na primeira leitura, retirada da Profecia de Zacarias, Deus promete a regeneração espiritual e escatológica da nação. Interessante perceber que o povo somente perceberá o enviado do Pai diante do sofrimento e da morte, e então o chorarão como se chora pela perda de um primogênito.

Possui grande riqueza a afirmação paulina (segunda leitura) acerca da filiação divina como corolário do batismo. Aqueles que abraçam a cruz do Senhor e renunciam a si mesmos não devem mais julgar, tampouco classificar, as pessoas segundo categorias (judeu ou grego, escravo ou livre). Em Cristo, somos todos abençoados e elevados a uma dignidade superior, destinados a uma vida plena.

O Evangelho narra a percepção das pessoas sobre Jesus e sua missão. Quando interroga a seus discípulos, obtém respostas as quais apontam para a tradição profética. Entretanto, Jesus não parece ficar satisfeito com a resposta incerta do povo e direciona sua pergunta aos discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v. 20). Assumindo a liderança da comunidade dos discípulos, Pedro responde com convicção: “Tu és o Messias de Deus”.

A proibição severa de Jesus quanto a divulgação dessa informação se dá pela predição da paixão. Significa dizer que o messianismo de Jesus percorre a via da rejeição por parte do poder político e religioso. Sendo assim, o Ungido de Deus deve antes passar pelo sofrimento e pela morte. Convém ressaltar que o texto de Lucas é perspicaz: diz que Jesus deve “ser morto” (v. 22), não que “deve morrer”, indicando, assim, que a morte de Jesus não é natural nem desejada por Deus simplesmente, mas tem responsáveis por ela.

Em relação à adesão a Jesus Cristo, as condições necessárias para sermos seus discípulos são formuladas a partir de dada condição (“se”), o que revela a liberdade de decisão para o seguimento. Quem quer que decida pelo projeto de Jesus terá de “renunciar a si mesmo e tomar a cruz” (v. 23), significando a profunda doação da vida
de Cristo e dos que a ele desejam se configurar.

Em derradeiro, devemos refletir, à luz dessa palavra, a séria negação de tantos direitos no momento em vivemos. Como cristãos batizados, imersos no mistério da paixão de Cristo, não devemos compactuar com injustiças institucionalizadas as quais O crucificam novamente.

Que Maria, Mãe das Dores, interceda por nós e pelos condenados da Terra.

 

Gabriel Viçose                                                                                                                                                              Seminarista do 2º ano de filosofia

Paróquia de origem: Ressurreição, Goiabeiras, Vitória – ES

Paróquia de pastoral: Santíssima Trindade, Aribiri, Vila Velha – ES

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