O grito da independência…

27 agosto, 2021

Em poucos dias  comemoraremos a Independência do Brasil. A imagem arquetípica que temos é de heroísmo, de grandiosidade, libertação… Mas lá, como cá, as coisas não são bem o que parecem ser. O historiador Marcos Costa, como tantos outros historiadores antes, lembra em entrevista ao UOL que a imagem deste dia que temos no nosso imaginário é, de fato,  fake!

Dom Pedro I, naquele dia, montava uma mula e não um cavalo, deu o grito de Independência  após receber  a carta de seu pai em uma colina perto de um pequeno riacho e não às margens do rio Ipiranga. Eram poucas as pessoas que voltavam com ele de uma viagem e não estavam em trajes de gala. (A Guarda Imperial  só foi criada no Império). Para finalizar e distanciar ainda mais da nossa  imagem mental, ele estava com dor de barriga, diarreia mesmo, pois havia comido algo que lhe teria feito mal.  Nada heroico, mas fato.  Muitos anos depois Dom Pedro I  encomendou ao renomado pintor Pedro Américo o quadro “Independência ou Morte ”, quadro este ajudou a imprimir, no nosso imaginário, o nacionalismo que  hoje vivemos. Dom Pedro I já sabia a importância da imagem  que, lá como cá, tem suplantado os fatos. ( Só para rir um pouco, imagine uma CPI das fake news nesta época! )

Imagino que é uma imagem forte que o Presidente anseia das manifestações do dia 7/9,  assim como a oposição espera para o dia 12 /09.  Hoje vivemos um tempo de imagem e versões, como falamos na semana passada . É importante que esta seja uma imagem fidedigna, assim, não deixem que arruaceiros e “Black blocs” se infiltrarem apenas com intenções anarquistas. Que sejam autênticas e democráticas as reivindicações que acontecerem. Que sejam ouvidas e deem temperança a todos.

A liberdade de expressão é pedra fundamental da democracia. Manifestar-se  é um dever de todos os cidadãos, mas de  nós, cristãos, um dever de fazê-lo como cristãos: com respeito e com alegria,  pois amar ao próximo não é opção para nós. Posso não amar suas ideias, seus ideais ou objetivos, mas tenho que respeitá-lo e posso mostrar a minha opinião sem agredir ninguém. Se penso que tal ministro não está respeitando a constituição, devo me manifestar democraticamente, sem ofender a pessoa dele ou desrespeitar a constituição de outra forma.

Dia 7 de setembro  vai ser um grande exercício para nossa maturidade espiritual, inclusive. Não podemos permitir violência,  desrespeito  aos  nossos valores. Temos que saber  que somos mais que uma imagem de povo pacífico reivindicando mudanças, somos acima de tudo um povo de Deus que precisa ser coerente com os valores ensinados por Jesus.

Vania Reis

 

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