O mundo está repleto delas: as mães que geram, cuidam, educam e acima de tudo amam incondicionalmente seus filhos. Elas dão a vida à sua descendência e o papel delas é tão importante que até o nosso Senhor Jesus Cristo nasceu de uma mãe. Ao questionar uma mulher sobre o que é esta missão, muitas afirmam que “ser mãe é uma dádiva”. Agora imagina como é a vida de uma mãe que tem um filho padre? A figura materna tem um significado muito grande no sacerdócio. Intercessoras, ajudadoras, presença constante… Elas são força e inspiração para estes filhos que vivem integralmente para Deus e para o serviço do Evangelho.
Cristiane é mãe do padre Ricardo Passamani – ordenado há quase 10 meses pela Arquidiocese de Vitória. A história dele muita gente já conhece. O filho de dona Cristiane é médico e exercendo a medicina identificou que precisava oferecer algo mais aos pacientes: além da cura física, a cura e o conforto espiritual. Ela relembra que o filho sempre compartilhava com ela os seus desejos e o marido teve dificuldades de aceitar essa decisão de Ricardo. Ao perceber que o filho realmente serviria a ordenação sacerdotal ela afirma que teve um sentimento de gratidão.
“Eu penso que essa é a maior benção que tem uma família: uma vocação ao sacerdócio. Eu senti muita graça de Deus na minha vida, pois eu nunca rezei dessa forma, para meu filho ser padre. Hoje eu procuro sempre estar em oração, entregando a Jesus e Nossa Senhora o apostolado dele e pedindo que Deus faça a sua vontade. Peço também a Fé e proteção para meu filho e sempre que eu posso eu o ajudo. Por eu ser de Ministério de Grupo de Oração às vezes ele me pede para acompanhar alguma família, alguma esposa”.
Neste quesito padre Ricardo conta que costuma comparar sua mãe – desde o tempo do Seminário – com a mãe de Dom Bosco, que não somente convivia com ele, mas também participava ativamente de seu apostolado. “Minha mãe faz isso. Com muita frequência quando as pessoas me procuram e as vezes são casos ligados a problemas no matrimônio, por exemplo, e muitas vezes são mulheres, dependendo da idade da pessoa e da situação eu encaminho para minha mãe e ela me ajuda bastante. ” O religioso também revela que a participação da mãe em sua vida de oração é muito grande e eles sempre rezam juntos, pois ela é uma mulher de muita oração.
Maria da Penha Chagas, 63 anos, é mãe de um missionário. Seu filho é padre Alessandro Chagas, que está em missão na Diocese Santíssima Conceição do Araguaia, no Sul do Pará, desde janeiro de 2020. Ela confessa que não estava “preparada” para ter um filho padre, mesmo vendo que ele caminhava na Igreja e esperando que teria um futuro bom. “Quando ele chegou e falou que ia para o seminário foi muito forte, mas eu falei com ele: ‘você vai meu filho, vai fazer seu caminho lá e se não der certo você pode voltar para casa’. Aí ele foi e graças a Deus deu certo e ele ficou muito animado”.
O filho – Padre Alessandro Chagas – afirma que a importância que ele vê da presença de sua mãe é a intercessão nestes 5 anos do seu ministério, pois ela foi uma pessoa que sempre esteve rezando, acreditando nele e ele acredita que assim como Nossa Senhora estava junto de Jesus o acompanhando, sua mãe está com ele por todo tempo e apesar da distância, tem o apoio dela, sendo uma presença de Deus em sua vida. E se um dia padre Alessandro ficou sem resposta sobre como sua mãe se sente por ter um filho presbítero, hoje dona Maria da Penha já tem um resultado na ponta da língua.
“Ele tinha um ano de ordenação e a gente almoçando em uma paróquia onde ele atuava, meu filho me disse: ‘Dona Penha o que a senhora acha de ser mãe de um padre? ‘ E eu fiquei sem resposta para ele naquele momento. Mas agora eu tenho duas coisas para dizer para ele. É muito bom e não muda nada na minha forma de ser mãe dele. É uma alegria completa em minha vida e eu digo que quando um filho é ordenado padre este é o dia mais feliz da vida da gente. Sou muito abençoada ainda mais por ele estar em missão. Deus nos dá muita força para aguentar a saudade e a distância”.
Uma mãe para sempre no coração
Nascido em Aymorés, Minas Gerais, em uma família muito religiosa, padre Jairo de Souza é o sexto dos nove filhos de dona Maria Neuza de Souza, que sempre foi o esteio da família. Neste ano padre Jairo, vai passar o primeiro Dia das Mães sem a presença de sua mãe aqui na terra, pois sua matriarca faleceu após um período longo de internação hospitalar para tratar problemas de saúde, na noite de Natal, em 24 de dezembro de 2020.
Durante toda a sua trajetória de estudos para se tornar um sacerdote, padre Jairo conta que a mãe sempre foi sua intercessora e motivadora a nunca desistir diante das dificuldades que encontrou no caminho. Ele relata que a frase constante de sua mãe em toda sua jornada era “que nossa Senhora Aparecida te cubra, se apegue a ela, deixe ela passar à frente que vai dar tudo certo. Conte com minhas orações, meu amor e minha alegria de ver um filho sendo padre”.
Quando sua mãe precisou de um apoio, pois estava depressiva, ele se dedicou inteiramente a ela e desde então sempre esteve ao seu lado. Padre Jairo relata que dona Maria Neuza foi muito presente na vida dos filhos e durante sua vida teve diabetes, hipertensão e era muito teimosa em relação a alimentação, pois cuidava dos outros e não dela. Devido a um tumor benigno na hipófise ela ficou cega e com tantos tratamentos ficou com a saúde muito debilitada. Foi internada no ano passado e ficou mais de dois meses dentro do hospital intubada em meio a pandemia.
Muito emocionado ao relembrar a presença materna em sua vida padre Jairo afirmou que está sendo muito difícil não ter a presença da mãe, pois ela era a referência, mas se sente muito agradecido: “Eu tive uma boa mãe, uma mãe exemplar. Ela era iletrada, pois não pôde estudar, mas era uma mulher muito inteligente de frases muito potentes e que até hoje eu uso nas minhas pregações. A mãe sempre foi presente na minha formação de padre e foi tudo para mim, a mulher da minha vida, a minha paixão e muito teimosa, o que puxei dela também”.